segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Por uma pescaria sem farpas.


Ainda me lembro do impacto causado pelas primeiras exibições do programa Pesca e Companhia com o Rubinho. O pesque e solte deixava muita gente revoltada! Até então a “educação de pesca” que recebíamos era altamente predatória. O objetivo das pescarias era “encher as caixas” e trazer peixe para toda a vizinhança. Aquele pescador/apresentador começou a mudar os rumos da pesca no país. Foi por meio dele que vi pela primeira vez o tal do “fly”.
Um fator que me chamava a atenção – além da soltura do peixe – era a utilização de anzóis sem farpa. Realmente é uma prática que faz todo sentido. Oras! Se estamos praticando a pesca esportiva, quanto menos o peixe sofrer melhor será! Mas amassar a farpa não é algo tão simples assim.
Encontrar bons peixes está cada vez mais difícil. As viagens estão ficando longas e caras. Poucos querem correr o risco de aplicar uma boa quantia de dinheiro para ver o “peixe troféu” escapar. Repare nos programas de pesca que passam na sua região. Quase não se fala mais em amassar as farpas! Repare também quando os pescadores vão retirar os anzóis da boca dos peixes. Pela dificuldade garanto que estão usando farpa! Não interessa se é micro ou não, ela está lá! Crave um anzol com microfarpa na sua pele e tente retirá-lo!
Apesar de estar fazendo essa análise, confesso que demorei a aderir tal prática. Para ser mais preciso o meu “dia D” foi em março de 2005. Após um acidente com isca artificial – ainda não pescava com mosca – um anzol de uma das garatéias entrou no meu braço. Foi realmente uma luta para tirar aquele maldito gancho do meu braço. Desde então todos os meus anzóis tem suas farpas amassadas.
Com o fly a situação é mais complicada pois as moscas passam com muita freqüência próximas ao nosso corpo – o uso de óculos torna-se obrigatório, por mais incômodo que seja. Quando se pesca acompanhado o perigo aumenta. Se você não importa consigo mesmo, preocupe-se em não machucar seus parceiros! Já me habituei a amassar as farpas antes de atar as moscas. Tenho inclusive adquirido alguns anzóis de moscas secas já sem farpa.
Vejo dessa forma duas razões que levam um pescador a amassar as farpas: a primeira, mais nobre, é justamente pela pesca esportiva, pela preocupação com o peixe; a segunda, altamente egoísta, pela sua própria segurança, mas que também irá resultar no mesmo fim da primeira. Escolha a sua, não importa qual, mas escolha!
Achei interessante colocar esse vídeo abaixo. Para aqueles que estão se esquecendo da primeira escola de pesca esportiva brasileira, vale à pena lembrar!





Rafael Pacheco