terça-feira, 17 de maio de 2011

Temporada 2011 de Pirapitingas na Bacia do Tocantins
                                          Wet Pouca família #10 em ação.

     Começamos mais uma temporada de pesca de Pirapitingas-do-sul com o pé direito. Este ano tivemos a expansão de nossas áreas de pesca de 1 rio para 6 rios, não é mesmo uma beleza!? Isso fez com que o Projeto Pirapitinga-do-sul tomasse novos horizontes, podendo fazer um diagnóstico mais nítido da real situação de ameaça dessa espécie tão esportiva para a pesca com mosca. Trilhamos novas águas, desvendando os entornos da Serra da Mesa, Serra dos Pireneus e Chapada dos Veadeiros. Todas essas aventuras serão postadas com exclusividade aqui em nosso blog para você, que nos acompanha, podendo vivenciar conosco essa conquista.


     Conseguimos dados mais fidedignos sobre a espécie, conseguimos o maior número de indivíduos já capturados e estudados desse Brycon. A montagem de gráficos, tabelas e marcações geográficas transparece todos os segredos dessa espécie tímida, arisca e sensível à ação humana.


     Temos a intenção de propagarmos nosso trabalho de conservação para mais três espécies nativas da bacia do Tocantins, que acreditamos estar mais ameaçados do que a própria Pirapitinga nessa bacia, são eles a Tubarana (conhecida no sudeste como Tabarana), o Pacú Penacho e o Trairão, todos eles pouco conhecidos e que correm sérios riscos de serem extintos antes mesmo de serem devidamente estudados. Em breve falaremos mais sobre esses peixes incríveis.


     Então, voltando para as Pirapitingas, postarei aqui uma de nossas diárias de vadeio, composta pelo Rafa (Pacheco), Renato, Hugo e eu.

                                          Renato, Rafael e Hugo

     Essa moscada ocorreu ainda em março, quando a enchente de São José começava a minguar. As águas altas e sujas impossibilitou nosso trajeto pelo rio, mas já foi o suficiente para mostrar que nosso rio ainda estava saudável e se recupera bem da “Dequada” que sofreu em setembro de 2010, que acarretou na morte de milhares de peixes.

Orquídea na beira de um rio do cerrado.Foto: Leandro Vitorino

Hugo com seu Lambari largo

                                                   Lambari-largo no Pouca família #12

     Eu e o Hugo tentamos seguir rio acima, pegando uma pequena área de ocorrência do lambari-largo que ainda dava vadeio. Pegamos dois lambas cada um, mas nas áreas de pirapitingas estava impossível de prosseguir.


     Com a outra dupla que vinha descendo o rio, Rafa e Renato, também não foi diferente e logo tiveram que retornar. O Rafa me passou no rádio que ele e o Renato haviam pegado suas pirapitingas, porém infelizmente não levavam máquina fotográfica para fazerem o registro. Eu e o Hugo tivemos que desistir da subida e retornar na trilha para o carro. Ao chegar lá, tive um palpite de um ponto que nunca foi bom mas que acreditava que as pirapitingas poderiam estar ali nessa época.



     Após alguns pinchos uma bitela persegue meu pequeno streamer, uma variação da Crazy Charlie, mas não morde. Como eu sei que as pirapitingas não aceitam muitos pinchos consecutivos no mesmo lugar e que poderiam estar seletivas para atacar, imediatamente resolvi apresentar minha matadeira “Pouca-família” e ela não negou seu pé quente: foi buscar o peixe lá no fundo. Não era a grandona, mas brigou bonito. Nesse mesmo instante o Rafa me chama no rádio e eu brinco com ele: “agora não posso falar, estou com uma pirapitinga na linha, hahaha...achei o ponto!”, então eles vieram ao nosso encontro.

     Hugo me ajudou com as fotos e encestou minha segunda pirapitinga, pega também no Pouca Família. Logo o Rafa tem outra pequena no seu grilo, mas tivemos que descansar o ponto e pegar rumo pra casa.







     Acompanhem nossos próximos relatos que estão repletos de grandes Pirapitingas em suas moradas paradisíacas. Num deles postaremos a visita de nosso amigo Kensuke Matsumoto do RJ.

Abraço a todos!