sábado, 15 de dezembro de 2012

RETROSPECTIVA 2012 GO FLY

Grandes dourados da Bacia do Paraná. Foto: Leandro Vitorino 

      Queridos amigos, é com enorme felicidade que deixamos aqui nossa gratidão a vocês que nos acompanham e nos dão o prazer de tê-los aqui conosco.
       Agradecemos a confiança e desejamos um fim de ano com muita paz e prosperidade!

Apaiarí com filhotes. Foto: Leandro Vitorino
     Que no próximo ano prossigamos com mais perseverança ainda para lutarmos pela preservação de nossos ecossistemas terrestres e aquáticos.


    A proposta de nossa página é tentar passar informações bem ilustradas aos amantes da fotografia de natureza (subaquática e terrestre) e da pesca com mosca no solo de maior biodiversidade do planeta: o Brasil.

Piau-pintado e mandi-listrado, peixes endêmicos da bacia do Tocantins. Foto: Leandro Vitorino
    Pedimos desculpas por algumas falhas que podemos ter cometido, mas que de forma respeitosa e democrática analisamos os pontos de vista de cada indivíduo.
    O nosso Blog está no ar há mais de três anos postando matérias diversificadas aos nossos visitantes. Nesse período, nenhum comentário postado sofreu moderação pela nossa administração, todos os comentários caem automaticamente em nossa página. Também nunca retiramos nenhum comentário postado pelos visitantes, pois acreditamos que dessa forma manteremos nossa transparência, podendo aprender com nossos erros, buscando melhorar sempre mais, para que todos tenham uma visita agradável em nossa página.


   Queremos deixar nosso profundo agradecimento a todos do GO FLY, da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESCA COM MOSCA (ABPM), ANEPE, aos fóruns FLYFISHING BRASIL e MOSQUEIROS DO RIO e a TODOS OS SITES, BLOGS, FLYSHOPS, REVISTAS E CANAIS TELEVISIVOS que, com certeza, também contribuíram para a divulgação do nosso trabalho. Não citaremos nomes para que nenhuma injustiça seja cometida!

Mosqueiro no Bioma Cerrado
     Somos mosqueiros com a cara do Brasil, portanto, em fase de aprendizado, tentando desmistificar e adaptar essa modalidade tão bela ao nosso país! Cujo objetivo é aproximar os brasileiros de nossos rios, despertando olhares para a preservação.


     Este ano, grandes saltos foram dados rumo ao conhecimento e espero que assim seja no próximo. Tivemos muitos ganhos espirituais e algumas perdas físicas, mas compreendemos o ciclo da vida, respeitando o direito de sobrevivência que é dado a todas as espécies e que de forma irresponsável o ser humano tenta subtrair, competindo entre eles mesmos por um espaço que não é inteiramente seu.


       Deixo aqui meu agradecimento pessoal a todos os alunos, colegas e guerreiros que dividiram comigo os tatames ao longo de 17 anos de batalha e que por conta de inúmeras lesões acumuladas me afasto do jiu-jitsu, a arte suave, onde o pequeno pode ser grande.


      Profissionalmente, quero agradecer aos doadores de órgãos e familiares que permitiram e confiaram em nossa equipe de médicos transplantadores para que pudéssemos melhorar a qualidade de vida daqueles que o receberam.

FELIZ 2013!
Att, Leandro Vitorino

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

80 SEGUIDORES


AGRADECEMOS AOS NOSSOS SEGUIDORES PELA CONFIANÇA E AMIZADE SINCERA!
JÁ SOMOS 80!
GO FLY

domingo, 4 de novembro de 2012

ECLOSÕES E REVOADAS NO CERRADO 2012:






Texto: Leandro Vitorino
Fotos: Arquivo GO FLY
PICOS DE ECLOSÃO (MAYFLY, DOBSONFLY E STONEFLY):

Mayfly do Paiol Velho
Em setembro assistimos a um grande pico de eclosão de Mayfly (Siriruia), junto a um “tímido” pico de Stoneflies. Identificamos uma espécie de Mayfly diferente das que já conhecíamos, desta vez estávamos diante de uma Mayfly bem maior. As mayflies eclodem derivando na superfície da água, enquanto as Stones, as Dragonflies (libélula) e as Damselflies (donzelinha) escalam em alguma estrutura na beira do rio para eclodirem.

Exoesqueleto de stonefly (Yellow Sally)
Stone adulta (Yellow Sally)



Yellow Sally GO FLY
As Mayflies possuem em seu ciclo de vida uma passagem muito efêmera pela fase terrestre, durando algumas vezes apenas 24 horas, morrem logo após a postura dos ovos na água, por isso são classificadas como efemerópteras. Este ano tive a oportunidade de fazer um vadeo um dia após um Hatch de Mayfly num rio do cerrado, o legal é que ao mesmo tempo em que víamos exoesqueleto das ninfas que eclodiram no dia anterior, também víamos corpos das adultas que postaram seus ovos naquele dia. As explosões das pirapitingas na superfície eram constantes.

Libélula (Dragonfly) recém eclodida. Foto: Leandro Vitorino
Enquanto as dobsonflies, nunca havia visto um pico de eclosão tão grande, realmente tivemos muita sorte de ver algo tão inusitado.


Ninfa de Dobson (Hellgramitte). Foto: Leandro Vitorino
Estojo de Siriruia (efemeroptera) após eclosão. Foto: Leandro
REVODAS DE CIGARRINHAS DAS PASTAGENS:

Cigarrinhas brancas. Foto: Martinelli
     Durante dois meses (setembro e outubro) tivemos uma imensa revoada de cigarrinhas brancas, diariamente elas encantavam nosso sertão. Foi a maior revoada dessa espécie que eu me lembro. Também fizemos um vadeo em plena revoada dessas cigarras, foi uma experiência bem produtiva. Naquele dia, mais de 20 pirapitingas foram fisgadas, soltas e catalogadas em nosso projeto.
GAFANHOTOS (Grasshopper), GRILOS (Cricket) E ESPERANÇAS:

Casal de tucurões. Foto: Leandro Vitorino
Os gafanhotos estão presentes o ano inteiro e se reproduzem o ano inteiro, mas seu pico de desova ocorre de dezembro à fevereiro, quando a vegetação está mais verde.

Ninfas de gafanhotos. Foto: Leandro Vitorino
Existem dois momentos em que notamos uma maior movimentação dos gafanhotos aqui no cerrado: uma em março, quando a maioria das ninfas de gafanhotos já criaram asas e começam a voar; a outra ocorre nos meses secos e quentes (agosto, setembro e outubro), em que a sequidão da vegetação obriga os gafanhotos a se movimentarem mais, a procura de folhas comestíveis, uma vez que são exclusivamente herbívoros. Nas áreas de pesquisa do projeto, não observamos grandes revoadas alimentares desses insetos, com prejuízo econômico às lavouras, provavelmente porque nessas áreas não possui um desequilíbrio ecológico tão notável. Aqui no cerrado já fotografei mais de trinta espécies de grilos, gafanhotos e esperanças. Segue uma pequena amostra (fotos: Leandro Vitorino):























Tucurão
REVOADAS DE CUPINS:

Cupinzeiro maduro
As aleluias, forma alada dos cupins, inauguram as primeiras revoadas do período chuvoso. Logo nas primeiras pancadas de chuvas de outubro já notamos sua presença. Grande parte do cerrado possui um solo ligeiramente ácido, o que propicia a desenvolvimento dos cupins, por isso observamos inúmeros cupinzeiros nesse bioma.
A GRANDE REVOADA: SAÚVAS (TANAJURAS E BITÚS):

Sauveiro maduro
Bitu à beira do rio. Foto: Leandro Vitorino
Em 2010 essa revoada se iniciou no dia 15 de outubro, em 2011 no dia 10 de novembro e agora nesse ano (2012) ela iniciou ontem (02 de novembro). 

Bitu à deriva. Sinal de muitos ataques na superfície. Foto: Leandro Vitorino
Ontem, após uma chuva, o forte odor de ácido fórmico pairando no ar não deixou dúvidas: iniciavam-se as primeiras revoadas de saúvas no centro-oeste brasileiro do ano de 2012. Essas primeiras revoadas partem de sauveiros já maduros, mas os que ainda estão para amadurecer ainda revoarão até aproximadamente 20 de novembro aqui em Goiás. A estratégia de revoar após as chuvas não é mera coincidência, pois as tanajuras dependem de um solo mais “amolecido” para cavar os seus túneis. Após o acasalamento os bitus (machos) morrem, enquanto as tanajuras (fêmeas) perdem suas asas e perfuram seus túneis. Lá no fundo, elas farão a postura dos ovos e uma nova colônia nascerá.

Saúvas no trabalho.
Tanajura cavando seu túnel. Foto: Leandro Vitorino
A revoada de saúva, indubitavelmente, é o principal fornecedor de alimento para as pirapitingas no período pré-desova. As tanajuras e bitus nutrem as pirapitingas com uma grande quantidade de proteína e demais nutrientes, justamente no período em que mais necessitam. Nessa fase, a pirapitinga está em alto metabolismo celular, maturando seus ovócitos e espermatozoides. As primeiras chuvas, juntamente com a revoada das saúvas, são o “tiro de largada” para a "piracema" das pirapitingas. Apesar de ainda não estar bem definido se a pirapitinga é um peixe de piracema ou não, sabemos que elas fazem pequenas subidas de migrações para desovar.


Tanajura GO FLY
ATENÇÃO MOSQUEIROS DO CERRADO!:
A desova da pirapitinga ocorre principalmente no final de novembro e começo de dezembro. Cuidado com o vadeo! A pirapitinga desova em águas rasas e possui ovos grandes, fácil de pisar e serem destruídos. Respeitem o período de defeso! Ano que vem tem mais se vocês assim permitirem!
FOTOS DO ÚLTIMO VADEO DE 2012 (fotos: Luiza Dornfeld):
Saíra-amarela.







Ariramba.
Saída de água (saia do poço) também é um bom local de apresentação.

Trazer o peixe para fora do poço onde fez a captura é uma ótima estratégia para uma segunda captura no mesmo poço.

Att,
Leandro Vitorino