domingo, 22 de abril de 2012

DRAGON FLY (LIBÉLULA) GO FLY: Matéria e receita


Texto e fotos: Leandro Vitorino

Predadora voraz, tanto em sua fase aquática (ninfa) quanto em sua fase terrestre (adulta), a libélula (DRAGON FLY) pertence a ordem Odonata,onde existem mais de 4.800 espécies descritas das variadas cores e tamanhos.  
Apesar do parentesco com as libélulas, as donzelinhas (DAMSEL FLY) são uma das presas das libélulas. Essa predação ocorre tanto na água quanto no ar. As libélulas possuem um corpo mais robusto e pousam com as asas abertas, as donzelinhas são mais “magras” e geralmente pousam com asas fechadas.
Ninfa de Damsel fly e à sua frente uma pequena larva
Ninfa de Dragon Fly preparando-se para a eclosão

Donzelinha (Damsel Fly)

Damsel Fly Adulta (Donzelinha)

Dragon Fly (Libélula)

Esses insetos ocorrem em todos os biomas do mundo, e fazem parte do cardápio dos peixes insetívoros, portanto não podemos dispensa-lo em nossa caixa de mosca, não é mesmo?

Aqui no cerrado, as maiores ninfas aquáticas que encontramos são as Hellgramites (DOBSONFLY/FORMIGA LEÃO), em segundo lugar estão as ninfas das libélulas.
As eclosões das libélulas para a fase adulta podem ocorrer todo o ano, mas é nos meses quentes que a vimos com maior frequência. Para fugir dos predadores naturais geralmente eclodem durante a noite, mas podem eclodir durante o dia, o que as tornam presas fáceis.
Flagrei essa Libélula no momento da eclosão, no início da noite, em cima da minha roupa de mergulho que estava no barco
É comum encontrarmos cascas de libélulas que eclodiram na noite anterior 
 As adultas gostam muito de ficar pairando sobre a água, sobretudo em locais onde a água corre mais lentamente ou em poços. Tem hábitos diurno e eventualmente crepuscular. Os peixes geralmente as atacam quando vão depositar seus ovos nas água. Ela também é alimento para outros animais.
As libélulas que eclodem durante o dia possuem mais predadores à espreita

Quando as libélulas pousam nas pedras são alvos fáceis para essas aranhas, capazes de capturar até girinos e pequenos peixes
 RECEITA
Existem inúmeras receitas de Dragon fly, tanto de suas ninfas quanto de suas formas adultas (aladas).

 À esquerda uma libélula atada com pêlo e EVA, ao meio uma ninfa e à direita uma feita exlusivamente com pêlo e legs de borracha

Preferi atar a forma adulta pela grande apreciação que tenho pelos ataques na superfície e pela grande produtividade que possuímos com essas moscas durante o vadeio no cerrado.

Atamos e testamos várias receitas de DRAGON FLY adulta, algumas feitas exclusivamente de pêlos, umas de EVA e outras mistas (EVA e pêlo). As moscas de pêlo, como sempre, adicionam charme e tradicionalismo no atado, mas é com os EVAs e outros materiais sintéticos que as libélulas se tornam mais versáteis e realistas.
A receita que apresentaremos e que entendemos ser bem funcional é a libélula com corpo de EVA e asas de espuma sintética. Após atar pelo menos umas vinte unidades dessa mosca, concertando erros e inserindo detalhes aero e hidro dinâmico, chegamos nessa mosca aqui:

Vamos à receita...

INSTRUMENTAIS E MATERIAIS:


1- Morsa Monroy Green

2-Bobina

3-Finalizador de nó

4-Tesoura
5- ANZOL de haste curta, fina e com Gap largo. Para Pirapitinga usei o TIEMCO #8, modelo 100 (para Dry Fly)

6- FIO DE ATADO: utilizei o Danville’s  

7- EVA: placas finas compradas em papelaria, de várias cores diferentes

8- COLA: uso Super Bonder

9- ASAS (material alternativo): feitas de espuma sintética (essas que envolvem produtos digitais). Escolha uma mais firme.

10- Caneta para CD/DVD
11- Pernas de borracha médias ou grossas (vai depender do tamanho da mosca)
 

PASSO A PASSO:


CONFECÇÃO DO CORPO DE EVA:



Corte duas tiras de EVA, uma mais fina (para o abdome) e outra mais grossa (para a cabeça e tórax);
 



ABDOME



Ate o fio de atado no sentido olho-gap e leve-o até o nível da ponta do anzol:



Fixe a tira fina de EVA, o que representará o abdome da mosca:




ASAS


Primeiro, ate a tira grossa de EVA:




Recorte uma tira espuma (material alternativo) de 2 cm de largura e 10 cm de comprimento. Escolha uma espuma mais firme. Recorte-a ao meio, das extremidades ao centro, mas sem à separar completamente, como na foto:




Dobre a espuma ao meio e ate-a na transição entre o abdome e o tórax da mosca:




CABEÇA



Avance com o fio de atado chegando próximo ao olho e fixe a tira fina de EVA, a parte que ficou para frente representará a boca da libélula:




Em seguida fixe a tira grossa no mesmo local:




Dobre a tira grossa para trás e ate-a, dando o formato da cabeça da libélula:




TÓRAX



Retorne com o fio de atado para atrás das asas e ate a tira grossa de EVA, dando origem ao tórax da mosca:




Corte os excessos que ficaram atrás do tórax:




PERNAS



Retorne com o fio de atado até a transição entre a cabeça e o tórax

Fixe um par de LEGS grossas de borracha e finalize com a ferramenta de finalização



ACABAMENTO:



CORTES:

Corte o EVA da cabeça da mosca no meio, dando um formato dos olhos da libélula:



Corte as pontas das asas dando um formato arredondado:



PINTURA:

Pinte listras finas no abdome:



Pinte duas manchas na borda frontal de cada asa, simulando as manchas naturais de uma libélula:



Pinte o tórax da mosca:



Pinte os olhos da mosca:




ADICIONANDO AERO E HIDRODINÂMICA:


Posicione as asas em forma de leque e passe cola entre elas e fixe-as entre si apenas próximo a base:






Passe cola na parte superior da base das asas junto ao EVA, bilateralmente:



                  Em seguida, empurre as asas para cima num angulo de 45 graus com o corpo da mosca até a cola secar:


Após a secagem, o angulo deverá estar em +- 30 graus com o corpo da mosca. Essa colagem dará uma inclinação superior a asa que estabilizará a mosca em sua aerodinâmica, fazendo com que ela pouse corretamente. Também auxiliará na sua hidrodinâmica, mantendo a mosca em flutuação mesmo quando é puxada com vigor.



Cole a parte debaixo do corpo da mosca, fixando-a melhor o EVA no anzol:


Finalizamos assim mais uma mosca GO FLY de aparência realista, resistente e efetiva na captura de alguns peixes, como brycons, blacks, pacus, trutas, aruanãs, entre outros.


Variações de cores e pinturas apoximam o atado da realidade
Acredito que essa mosca tenha potencial para contribuir na pesca com mosca em vários biomas do mundo, trazendo alegria aos mosqueiros.
Apresentamos mais uma mosca GO FLY: a DRAGON FLY GO FLY


segunda-feira, 2 de abril de 2012

SUPER CLÍNICA GO FLY - FOTOS E CONSIDERAÇÕES


No último 31 de março ocorreu a maior e melhor clínica já realizada pelo GO FLY. Nossa família não para de crescer, ensinamos e aprendemos muito, semeando a semente da pesca com mosca em férteis solos, ricos em nutrientes como a amizade e o companheirismo, através de muita dedicação e respeito ao meio ambiente.

Esse encontro reuniu mosqueiros de Goiás e Distrito Federal, veteranos e iniciantes, crianças e adultos, homens e mulheres. Sem dúvida será lembrado por nós para sempre.

Nossa clínica tem o objetivo de divulgar, fortalecer e atualizar a pesca com mosca na região Centro-Oeste do Brasil e acreditamos que temos conseguido alcançar essa finalidade, mas temos consciência de que podemos e vamos melhorar ainda mais, para que o fly seja difundido e popularizado entre os pescadores esportivos, mas claro, sem perder a sua qualidade e essência da qual ele foi criado.

Queremos fly? Sim, com qualidade e sem vaidade!

A clínica teve início as 8 hs da manhã, com um café da manhã, onde todos os participantes puderam se conhecer.

Foi montado um painel com as principais moscas utilizadas em nossa região, ao pé de lindas esculturas de pirapitinga do sul e tucunaré, esculpidas pelo artista plástico goiano Daniel Neto (www.dn-artes.blogspot.com.br).

Escultura: Pirapitinga atacando o Tucurão (Giant Grass Hooper)


No período da manhã, dividimos os participantes em quatro grupos, que passaram em forma de rodízio em 4 estações distintas:

1-      Estação de Popper: moderada por Mario Xavier, nosso mestre na arte de confeccionar Poppers, que deixou boquiabertos até os mais experientes.

Poppers do Mário: exímio acabamento


2-      Estação de mosca sem lastro: moderada por Rafael Pacheco, que nos ensinou a atar uma mosca seca para lambari e uma EP Minnow para tucunaré. Apresentando, assim, um cardápio para os dois peixes mais pescados no Brasil.

3-      Estação Andino/ Muddler: moderada por Kelven Lopes, que nos ensinou muito bem o atado e a ação dessa mosca de grande valor na pesca do nosso Rei do Rio, o Dourado, e de muitos outros peixes.

4-      Estação de equipamentos e nós: apresentada por Leandro Vitorino, que passou instruções sobre montagem, formatos e utilidades da vara, carretilha, backing, linha e leader, com alguns dos respectivos nós utilizados.

5-      Moderação Geral: Alencar, nosso pioneiro da pesca com mosca em Goiás, moderou de forma dinâmica e contribuiu em todas as estações.

Alencar ladeado por Vanessa e Sr. Morelli (FLY e CIA)

Após essas estações, almoçamos e reiniciamos a tarde com um WorkShop, realizado pela Fly e Cia (www.flyecia.com), empresa de destaque no mercado da pesca com mosca no Brasil, administrada pela família Morelli. Em Goiás não existe nenhuma flyshop, portanto essa foi uma ótima oportunidade de todos se beneficiarem da comodidade de ter uma Flyshop dentro da clínica, com equipamentos e materiais diversificados para todos os gostos. O Sr. Morelli e sua filha Vanessa nos agradaram com sua simpatia e profissionalismo. Não faltaram elogios por parte dos participantes!



Tivemos também a ilustre presença de nosso amigo Giovani Papa, grande referência de pesca em nossa região e todo o Brasil, gravando o seu programa de pesca X FISHING.

Leandro e o amigo Giovani Papa (apresentador do programa X FISHING)
Em seguida tivemos uma apresentação dos principais arremessos modernos praticados na pesca com mosca, entre eles: o False cast, Single Haul, Double Haul e Roll cast. Dicas de como ganhar distancia nos arremessos e fechar o seu loop ainda mais, chegando até a invertê-lo. O Loop Invertido e o Double Haul de longa distância puderam ser ensinados de forma simples e factível a todos. As variações do Spey para roll cast também foram apresentadas. Também tivemos dicas para pinchar em situações com vento. Mostramos também como fazer corretamente o Pick up e a hora exata de fazermos o Lay down.

A concentração e a atenção de todos eram reflexo do enorme interesse em aprender que todos desempenharam na clínica.

Sorteamos muitos brindes, oferecidos pelo GO FLY, pela Fly e Cia e pelo Flávio, atador profissional da Extreme jigs (flavioflyejig@yahoo.com.br) que nos enviou belas moscas para o sorteio.


Leandro, o famoso Carocinho e Kelven

O momento do sorteio dos brindes foi palco para muita zoação de todos, logo percebemos nitidamente que a criança mais feliz do dia estava incompatível com sua idade...
Olha só a cara do Alencar (Véi do Fray, Vôvô Gepeto) nos vários momentos:



Aqui, uma foto de perfil pra ele se lembrar dos seus longos anos na cadeia:

...HIHI...brincadeira...
Enfim, escrevemos mais uma bela página em nosso livro da amizade GO FLY.

Em breve, novas aventuras mosqueiras GO FLY...