domingo, 10 de dezembro de 2017

MOSQUEIROS DO SERTÃO - FELIZ 2018!




TEXTOS E FOTOS: ARQUIVO PESSOAL GO FLY


Junto àquela mosca, deriva um pedaço de arte, um precioso tempo dedicado ao estudo da anatomia e comportamento dos insetos e partindo ao atado, escolhendo corretamente o anzol, acertando proporções, materiais, testando flutuabilidade e estabilidade da mosca, findamos com a análise do jurado de maior importância: o peixe em ambiente selvagem... Ali flutua um sonho, uma vibração de energia, uma emoção que pode explodir a qualquer momento...


Café da manhã na beira do rio.

Amigo Oliveira 


Pra quem quer alcançar o paraíso, qualquer obstáculo é pequeno...

Uma das menores espécies de orquídea que temos no cerrado.

Alencar no seu merecido banho de corgo.


Mestre Alencar na labuta com a pirapitinga.



Amigos mosqueiros!
Turma reunida para a janta.



Café da manhã no acampamento.


Truta defumada, produzida pelo amigo Menandro Cintra do RS.


Joaquim e sua briguenta.

Acará-azul atacado pelo Martim-pescador.


Kenji e sua femona.

Femona na rãzinha GO FLY

Lambari-largo fisgado na terrestrial.


Amigo Zé do DF em seu "refúgio mosqueiro".

Amigo João Pedro e sua pirapitinga do Planalto Central.





A maior Ephemeroptera do nosso cerrado, chegando a mais de 5 cm.  Mayfly de comportamento escavador,
caracterizada por seus colmilhos mandibulares (falsas mandíbulas). Foto: Leandro Vitorino.










Amigo Oliveira e sua pirapitinga na tanajura.






Pirapitinga com cicatriz no dorso, provável ataque de predador.

       Aquele arremesso certeiro representa a aplicação prática de muitas horas de treino, aperfeiçoamento técnico, corrigindo erros e vícios, caprichando para que no momento certo tenhamos uma apresentação precisa já no primeiro pincho... caso contrário, dificilmente teremos outra chance...




Saí-azul macho. Foto: Leandro Vitorino.

Ariramba-de-cauda-ruiva macho. Foto: Leandro Vitorino.

          A chegada àquele rio não se resume apenas a um estudo de mapas na internet ou de dicas que recebemos “de mão beijada”, bem longe disso.
O acesso ao rio está arraigado de uma série de esforços, que envolve a amizade fraterna para com os sertanejos, em especial os fazendeiros, vaqueiros e mateiros. Envolvemos de corpo e alma nessa causa, oferecendo assistência a saúde: atendendo, medicando, orientando e operando adultos e crianças que ali vivem. Só assim nos sentimos merecedores de iniciamos nosso contato com os rios. A partir daí, em meio as bocainas do cerrado, é um sobe e desce de cânions e grotões. Atravessando rios à nado, escalando paredões, correndo riscos e exaurindo nossas forças físicas e mentais ao extremo.














Sangue-de-Cristo, saboroso fruto dos campos do cerrado.

Pegadas de onça parda com seu filhote (pegada menor acima). Foto: Leandro Vitorino.

Saúde, amizade e conhecimento são bens imensuráveis que reciprocamente ambos saímos enriquecidos por tais ganhos. Sem dúvida alguma, o melhor de ser um voluntário na preservação de uma espécie ameaçada de extinção são as amizades e os lugares que conhecemos nesse sertão sem fim. São informações sublimes que só são adquiridas na “biblioteca mateira”, através de uma boa conversa com sertanejos, nascidos e criados naquele chão... são conhecimentos que não estão em livros ou na internet e para que possam ser incorporados de forma sólida necessita de muita experiência prática. 

Após a quebra da parte do meio da vara de bamboo, uma pequena gambiarra pra não perder o dia de pesca.

Sem a parte intermediária da vara, pesquei com apenas 5 pés de vara. O grande desafio era manter a precisão e o longo alcance dos arremessos.

Durante a bruta labuta, era um olho no peixe e outro na vara, torcendo para não quebrar. 




Com a penas um pedaço da vara eis que, depois de muita luta, sai mais um belo peixe.










O trabalho árduo e honesto dos nossos “professores sertanejos” na lida diária dos seus afazeres é sem pestanejar, é de sol a sol, às vezes na chuva ou na poeira, marcando a pele e o coração dos nossos queridos irmãos. Através do olhar sincero, suas palavras de sabedoria são ouvidas atentamente por nós, em que o principal segredo para absorve-las é ter a humildade de um eterno aprendiz.




Oliveira e Oswaldo com um dos dublês dessa temporada.

Tippet 0,24 mm cortado por uma grande pirapitinga. Gafanhoto atado em anzol #6 (haste 2XL). 



Oswaldo com seu belo peixe.



Mais uma vez reafirmo: O Projeto Pirapitinga não é um projeto de pesca com mosca ou de pesca esportiva, trata-se de um projeto não governamental socioambiental em que buscamos a preservação da pirapitinga, do cerrado e de todos os animais que ali estão. Pela falta de verba e fiscalização nos ermos do sertão goiano, nossa estratégia é de conscientizarmos os sertanejos em nossas visitas sobre a importância da conservação. Na busca de protegermos esse gigantesco patrimônio biológico, descobrimos um outro tão grande quanto: o patrimônio cultural do sertanejo do cerrado. São vastos conhecimentos sobre animais selvagens, plantas, culinária, costumes, cantigas, crenças, lendas, etc. Tudo muito bem explicado com aquela espirituosa fala calma e serena de um bom sertanejo. Aquele que olha nos olhos e transmite algo que vão além das palavras, algo que vem se tornando cada vez menos frequente no ambiente urbano.


"Mina da pedra furada", ponto de parada pra bebermos água mineral.



Paixão e cuidado com nossos peixes.









Amigo Vinícius com sua velhaca pirapitinga do inverno.



Capivara entrando na água. Foto: Leandro Vitorino.


Flor do pequi.

Pequizeiro florido.

Mais uma bela pirapitinga do nosso amigo Oswaldo.


O que move e alimenta toda essa geração de mosqueiros do sertão não é só a vontade de arremessar uma mosca na água e fisgar um peixe... mesmo que isso já traga muita felicidade, a pesca com mosca é, em suma, uma metodologia de pesquisa, em que é possível identificar locais com populações remanescentes de pirapitinga, observar e denunciar as interferências humanas no ambiente,  analisar sexo, maturidade e saúde do peixe, conhecer a entomofauna local (com ênfase nas espécies que são indicadores de qualidade de água), ornitofauna, etc. 

Este ano, iniciamos o levantamento da “macro-fauna” existente nos locais de monitorização do Projeto. Através das câmeras de trilha, ficamos surpreendidos com tantos animais selvagens que nos rodeiam em nossas caminhadas. São onças, pacas, tamanduás, capivaras, quati, mão pelada, mutuns, macacos, cutias, jaguatiricas, iraras, ariranhas, raposas, veados, etc... todos eles em quantidade considerada compatíveis a ambientes com bons níveis de preservação.

Esse grande acervo de conhecimento adquirido, transforma o espírito dos mosqueiros que aqui estão envolvidos.

Catingueiro na câmera trap.

Quati macho na câmera trap.

Onça-parda na câmera trap.

Tamanduá.

Fêmea de catingueiro acima com seu filhote abaixo (Câmera trap).

Bando de cateto com filhotes. Câmera trap. 

Jovem catingueiro na câmera trap.

Capivara na câmera trap.

Udu. Foto: Leandro Vitorino.

Udu-de-coroa-azul. Foto: Leandro Vitorino.

Pica-pau-verde-barrado. Foto: Leandro Vitorino.

FELIZ 2018!


A necessidade em se dedicar ao trabalho e a família refletiu na ausência de publicações no nosso blog nesse ano de 2017. Mas, informamos que não paramos de desbravar e expandir “nosso território” de preservação, graças ao esforço dos amigos e sertanejos engajados nessa causa nobre.
A amizade e o respeito com tudo e todos tem sido a nossa bandeira levantada por todos nós ao longo desses oito anos. Por esse motivo, estamos sempre crescendo e aprendendo com novos e velhos amigos.
Queremos agradecer de coração os amigos da ABPM (Associação Brasileira de Pesca com Mosca), em especial à Regional Paraná que nos recebeu de forma muito amigável, nos dando a oportunidade de falarmos um pouco da pesca com mosca no cerrado e de nossas ações socioambientais. Esperamos que nossas palavras possam ajudar a todos em seus projetos regionais.





Entre os amigos Fernando Partica e Rafael.


Bamboo em campo...

Amigo Rafael, um de nossos anfitriões. 


Encontro da ABPM - Paraná.

Família do querido Mauricio Zardo sendo honrosamente homenageada no encontro. 

Amigo Aulo.


Esse foi um ano em que nos confraternizamos com mais frequência, seja através das confrarias, acampamento, cafés da manhã à beira do rio, confraternização de fim de ano e outros bons momentos.
Desejamos a todos um feliz 2018, com muita sabedoria para escolhermos os caminhos certos, sem esquecer que Deus está no comando e que toda ação produz uma reação compatível. Mesmo os trabalhadores do bem sofrerão, mas tudo passará, pois o nosso projeto pessoal é inferior ao projeto que Deus tem para nossa vida, pode confiar!
Por mais resistência que o universo exerça para que a luz se esparsa, a inevitável lei da justiça Divina se responsabilizará de realinhar os bons sentimentos e as boas ações. Não tenhamos tanto anseio em mostrar nossos valores, pois as atitudes podem ser interpretadas como prepotência e ou vaidade. Deixe que o tempo e a inteligência de cada um se encarregue de reconhecer o que realmente somos. “Ninguém é  mais do que realmente é”, portanto qualquer demonstração fantasiosa do que somos, a longo prazo cairá por terra... A harmonia interna só é alcançada por ações ao bem comum, desprovidas de interesses pessoais, a não ser pelo desejo de melhorarmos moralmente.

Amor, paz e felicidade a todos!

Família GO FLY     

Mais algumas imagens que falam por si...


Kenji, Vinícius e Leandro.

Ariramba-de-cauda-ruiva. Foto: Leandro Vitorino.

Soldadinho. Foto: Leandro Vitorino.

Bico-de-pimenta-mascarado. Foto: Leandro Vitorino.

Beija-flor-de-bochecha-azul. Foto: Leandro Vitorino.


Pé-vermelho. Foto: Leandro Vitorino.

Catingueira fêmea. Foto: Leandro Vitorino.

Catingueiro com seu filhote. Foto: Leandro Vitorino.

Maria-faceira. Foto: Leandro Vitorino.

Bentevizinho. Foto: Leandro Vitorino.

Canário-do-mato. Foto: Leandro Vitorino.

Saruê. Foto: Leandro Vitorino. 

O tímido e enigmático Uirapuru-laranja.  Foto: Leandro Vitorino.

Orquídea de solo, florescendo nos campos do cerrado. Foto: Leandro Vitorino.

Flor chuveirinho, endêmica do cerrado. Foto: Leandro Vitorino.

Verdadeira paz mosqueira., hehe...


Saracura. Foto: Leandro Vitorino.


Cajuzinho-do-cerrado. Foto: Leandro Vitorino.


EM BUSCA DAS TABARANAS E TRAÍRAS NO VADEO...

Antônio, Vinicius e Leandro em busca das tabaranas goianas.










Tabarana.




Nosso anfitrião Vinícius com sua tabarana.

Com um pouco de sorte e oportunismo mosqueiro sai uma traíra, grata surpresa. 


Antônio e sua tabarana.



VADEO COM OS TUCUNAS DO SUDESTE BRASILEIRO...




Fêmea de Tucunaré-azul do Rio Grande (SP/MG). 

DE VOLTA AO CERRADO GOIANO...


Anú-branco. Foto: Leandro Vitorino.

Enxame de abelhas protegendo a rainha. Foto: Leandro Vitorino.

O terror das matas: a pequenina Caburé com um Louva-Deus. Com apenas 16 cm de comprimento, essa pequena e agressiva coruja consegue abater presas maiores que ela. Foto: Leandro Vitorino.
Macho de Pica-pau-de-topete-vermelho. Foto: Leandro Vitorino.









Flagrante de uma cena rara: Cascavel atravessando o rio. Foto: Leandro Vitorino.

Pica-pau-anão-escamado macho comendo cupins. Foto: Leandro Vitorino.

"Tons das colinas" no entardecer sertanejo. Foto: Leandro Vitorino.

Foto: Leandro Vitorino.

Beija-flor-tesoura. Foto: Leandro Vitorino.

Macho de choca-barrada. Foto: Leandro Vitorino.

João-de-barro. Foto: Leandro Vitorino.

Teiú fêmea. Foto: Leandro Vitorino.

Macho de choca-barrada alimentando a fêmea com "segundas intenções"... Foto: Leandro Vitorino.

Foto: Leandro Vitorino.

Pica-pau-anão-escamado fêmea. Foto: Leandro Vitorino.

Choca-barrada com uma cigarra. Foto: Leandro Vitorino.

Teiú macho. Foto: Leandro Vitorino.
Camaleão do cerrado. Foto: Leandro Vitorino.



Detalhe do camaleão camuflado no tronco do Olheiro. Foto: Leandro Vitorino.







Antônio e sua "femona". 







Saí-azul. Foto: Leandro Vitorino.

Foto: Leandro Vitorino.

Foto: Leandro Vitorino.

O belo macho de Saí-beija-flor. Foto: Leandro Vitorino.

Fêmea de saí-azul. Foto: Leandro Vitorino.
Antônio com mais um belo peixe.

Encontro de dois rios, um barreado pela chuva localizada em sua cabeceira, o outro com águas transparentes.


Kenji desbravando uma rota de 14 km do cerrado goiano.


Inspiração natural do Gafanhoto GO FLY












FELIZ 2018!!