Texto, receita e atado: Vinícius Pontes
Fotos: Arquivo GO FLY
Saudações, queridos amigos do Go Fly! Nessa postagem
traremos um inseto bem conhecido pelos mosqueiros brasileiros, o qual muitos já replicam nos atados. A Saúva ocorre de norte a sul do país, a sua revoada nupcial é sazonal, ocorrendo no início das primeiras chuvas, fazendo com que várias espécies a vejam como seu "prato principal", assim como Tucunarés, Tilápias,
Pacus e outros, além, logicamente, da nossa rainha Pirapitinga-do-sul, a que tanto almejamos.
Assim sendo, tentamos criar iscas específicas do cerrado, inspiradas na entomofauna a nossa volta, atrelando realismo e eficiência, e, com essas moscas, nós, pirapitingueiros, realizamos belíssimas capturas.
Assim sendo, tentamos criar iscas específicas do cerrado, inspiradas na entomofauna a nossa volta, atrelando realismo e eficiência, e, com essas moscas, nós, pirapitingueiros, realizamos belíssimas capturas.
É com grande alegria e atendendo à pedidos de muitos amigos que apresentamos o passo a passo de uma nova Tanajura: a
“Tanajura Realista GO FLY”, assim como foi batizada.
Bem, aqueles que me conhecem sabem que sou um pouco perfeccionista, exigindo muito de mim mesmo, e por motivo de satisfação pessoal, busquei uma receita de tanajura que fosse bem realista. O maior desafio era criar um abdome realista, que não fechasse o gap do anzol, assim
sendo, utilizei 3 técnicas diferentes de atado para essa Tanajura, que mesmo
fora de sua época de revoada tem apresentado ótimas capturas.
Materiais
Utilizados:
1- Tesoura
2- Cola
a base de Cianoacrilato
3- Uma
tira de EVA (Espuma de Vinil Acetinado) cor marrom com 1,5 mm de espessura
4- Um par de pontas de penas, podendo ser de Seadle
ou Neck
5- Uma
agulha de costura
6- Rubber Leg fino na cor marrom
7- Anzol #8 com haste 3xl (haste de 20 mm e gap de 7 mm), nesse caso usamos um Tiemco (5263), entretanto pode ser utilizado outro compatível, sempre observando bem
gap, para que fique bem exposto, proporcionando uma melhor fisgada
8- Estilete
afiado
9- Utilizar
um fio de atado fino e resistente, de preferência na cor do EVA.
Recortando o EVA:
1- Corte 4 tiras de EVA nas seguintes
medidas:
1.1-
Uma tira quadrada de 4,5 cm X 4,5 cm;
1.2- Uma tira de triangular de 4,0 cm X 4,0 cm X 4,0 cm;
1.3- Duas tiras de 5,0 cm X 0,5 cm
2- Cole a tira de EVA quadrada a partir de uma extremidade, enrolando até o
final, a fim de fazer um pequeno cilindro
3- Distribua a cola no EVA e vá enrolando progressivamente, de forma que o cilindro
fique totalmente colado e compacto
4- O cilindro de EVA deve ficar com aproximadamente de 8 mm de diâmetro, lembrando que essas
medidas são calculada para EVA de 1,5 mm de espessura
5- Faça um corte no cilindro de aproximadamente 45°
6- Faça um segundo corte no cilindro de forma que o lado menor fique com 3 mm de altura e o maior com 12 mm
7- Visão lateral de como deve ficar o cilindro
8-Faça uma fenda rasa com o estilete no lado maior do cilindro e prepare para a
inserção no anzol utilizando a mesma técnica do Gafanhoto GoFly (o corte deve
ser feito apenas na primeira placa de EVA do cilindro)
9- Faça uma camada de linha no anzol e passe cola (cianocrilato) para fixação
10- Cole 4 mm de uma das pontas do EVA triangular na parte traseira do anzol
11- Visão superior
12- Cole o cilindro de EVA na parte traseira do anzol, encaixando a fenda do cilindro na haste do anzol
13- Visão lateral, note que cilindro foi colado próximo de onde o triângulo
foi atado
14- Dobre o EVA triangular sobre o cilindro, fazendo as secções no abdome com a linha. Primeiramente, dê uma
volta com a linha no cilindro, só depois cubra com o EVA
triangular fixando-os juntos. Dê apenas duas voltas de linha em cada anel e prossiga até compor todo o abdome
15- Secções do abdome já formadas
16- Após formado o abdome, corte o excesso da placa de EVA, e está feito o abdome
17- Atando o tórax: Amarre a ponta da tira de EVA (5,0 cm X
0,5 cm)
18- Como deve ser atado a tira de EVA
19- Enrole-a até o olho do anzol e amarre
20- Corte as sobras
21- Na parte de baixo do tórax passe uma
agulha cruzando de um lado para o outro, passe com essa agulha a tira de Rubber
Leg fina, repetindo o procedimento do outro lado
22- Desta forma, já colocamos as patas traseiras e dianteiras, faltam as patas do meio
23- Visão inferior
24- No centro das duas patas, passe uma nova Rubber leg fina, adicionando, assim, as patas do meio
25-Visão inferior das patas, percebam
que foram dados nós nas Rubber Legs para maior realismo (opção pessoal), caso o atador não possua habilidade para fazer esses nós
simetricamente e os Legs ficarem desalinhados isso poderá prejudicar a estabilidade
da Tanajura, sendo assim a melhor opção é deixar os legs sem os nós
26- Agora com a segunda tira de EVA
faremos a cabeça e o dorso do tórax: Ate a ponta da tira de EVA próximo ao olho do
anzol
27- Volte a tira deixando uma sobra
suficiente para criar a cabeça, ate novamente a tira no mesmo lugar próximo ao
olho
28- Corra o fio de atado por cima até
aproximo 2 mm do abdome e amarre a tira de EVA
29- Prepare as pontas das penas para formar o par de asas. Em média, deixe-as com 1,2 cm de comprimento, preserve a alma das penas para que posteriormente sejam usadas como antenas
30- Com um auxilio de uma agulha, passe a alma das penas na tira de EVA, na posição onde ficarão as asas
31- Amarre as almas (raques) próximo à cabeça
32- Novamente, com o auxílio de uma agulha, perfure a
cabeça na posição das antenas e passe a raques (alma) das penas para formar a antena
33- Após passado as antenas, corte os
excesso
34- Dobre a tira de EVA até a cabeça,
amarre e corte o excesso
35- Passe cola nas amarrações, caso tenha
optado por fazer os nós nos Legs, aconselho aplicar uma pequena gota de cola
para eternizar a amarração
Eis que surge a Tanajura...
Dessa forma, a Tanajura já pode ser atada no seu tippet... capriche na apresentação e espere pela explosão briconídea em sua mosca!
Acabamento final (acima): Caso o atador queira poderá com uma tesoura afiada arredondar o dorso,
dar formato a cabeça e com uma caneta de tinta permanente realçar a cor e fazer
os olhos.
Exemplos de acabamento: nesse caso optei por usar uma coloração mais escura tentando chegar a
tonalidade avermelhada do inseto.
Tanajura durante revoada nupcial no cerrado. Foto: Leandro Vitorino.
Tanajura realista GO FLY. Foto: Vinícius Pontes.
O Lambari Largo também não
resistiu... Foto: Joaquim Luz
É isso ai queridos amigos, espero que gostem,
porque aqui em Goiás as Pirapitingas amaram!