segunda-feira, 12 de julho de 2010

Nas águas do infinito

Esta narrativa poética representa o conjunto de sensações e sentimentos que moldam a vida do pescador esportivo, desde a sua infância, com a descoberta de sua paixão pela pesca, até a sua morte. É dedicado a todos aqueles que pescam com fly, ou não, e aos que acreditam em vida eterna ou que respeitam essa idéia, e que através dela nunca iremos parar de pescar. Preservar a natureza e amá-la é essencial para que possamos ser merecedores das águas do infinito!


Leandro C. Vitorino

Ribeirão Preto, 20 de setembro de 2008

Nas águas do infinito




O cheiro da relva

A pureza das águas

O murmúrio da mata

Abria-se numa infância

De mãos trêmulas e frágeis.

Da ignorância se fez a procura      

Na procura se deu o medo

Do medo, o espanto.

Do espanto se fez a busca

Na busca, o encanto.

Do encanto, a paixão

Na paixão atou-se o amor

Com amor fisgou-se a beleza.

A beleza, liberta pela compaixão.

De tanta vivência, a sapiência.

A experiência, um dia, se cansou.

A pele lisa se dobrou

O cheiro, não mais sentiu

O amor não o segurou.

Numa manhã chuvosa, tudo se apagou.

Na escuridão se viu um brilho

A luz se aproximou e o palpou

Reconhecendo seu honroso filho

Devolvendo-lhe o cheiro, a pureza e o murmúrio

Que nunca mais o deixou.



Leandro Carvalho Vitorino