Leandro C. Vitorino
Ribeirão Preto, 20 de setembro de 2008
Nas águas do infinito
O cheiro da relva
A pureza das águas
O murmúrio da mata
Abria-se numa infância
De mãos trêmulas e frágeis.
Da ignorância se fez a procura
Na procura se deu o medo
Do medo, o espanto.
Do espanto se fez a busca
Na busca, o encanto.
Do encanto, a paixão
Na paixão atou-se o amor
Com amor fisgou-se a beleza.
A beleza, liberta pela compaixão.
De tanta vivência, a sapiência.
A experiência, um dia, se cansou.
A pele lisa se dobrou
O cheiro, não mais sentiu
O amor não o segurou.
Numa manhã chuvosa, tudo se apagou.
Na escuridão se viu um brilho
A luz se aproximou e o palpou
Reconhecendo seu honroso filho
Devolvendo-lhe o cheiro, a pureza e o murmúrio
Que nunca mais o deixou.
Leandro Carvalho Vitorino