quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

RECEITA: YELLOW SALLY (STONEFLY) ADULTA (TÉCNICA DAS AGULHAS)

 Texto e fotos: Leandro Vitorino

A pequena Yellow Sally adulta num rio do cerrado goiano
As stoneflies talvez sejam as moscas mais atadas no mundo, existindo uma diversidade incrível de receitas que tentam imitar essa criatura tão formidável. É um inseto que pertence a ordem Plecoptera, possuindo uma fase de vida aquática e outra terrestre. Quando maduras, as ninfas (aquáticas) geralmente sobem numa pedra e eclodem para a vida adulta, deixando para trás seu exoesqueleto, que serve de rastro para nós mosqueiros sabermos quando estão havendo as eclosões.
Exoesqueleto de Golden Stone nas Serras do Sul
Assim como ocorre com as trutas, as ninfas também representam o principal alimento das pirapitingas. Pela grande quantidade de stoneflies nos rios do cerrado me arrisco a dizer que as stones são o principal componente da base alimentar das pirapitingas.
Exoesqueleto de Yellow Sally
Quando coletava matrizes de pirapitingas para nosso projeto, o stress causado durante o transporte dos peixes fez com que eles regurgitassem uma grande quantia de ninfas de Stone, além de algumas ninfas de libélula (Dragonfly) e donzelinhas (Damselfly) além de algumas sementes, confirmando o que já saíamos: um peixe onívoro oportunista, mas com enorme predileção por insetos.




As eclosões podem ocorrer em várias épocas do ano quando as condições são propícias. Aqui no cerrado, pelo que observei, o pico de eclosão das stoneflies se dá em agosto, setembro e outubro, situação em que os rios se encontram extremamente baixos, com as pedras mais expostas, e o calor é intenso.
Golden Stone recém eclodida (asas abertas)
Uma das estratégias que a stoneflies incorporaram para "driblar" seus principais predadores (o peixe) foi realizar as eclosões durante a noite. Mas, “sabidamente”, as pirapitingas conseguiram bloquear parcialmente esse drible: em noite de lua clara e céu limpo, saem pra caçar as ninfas que se movimentam fora dos seus esconderijos.  
Várias espécies diferentes de mosca da pedra (Stonefly) ocorrem no Brasil. Entre elas, duas são as que mais me atraem: A Golden Stone me impressiona por sua beleza e robustez, já a pequena Yellow Sally é delicada e possui um tom amarelo suave.
Golden Stone

Yellow Sally

Vadeando nas Serras do sul, observei uma boa quantidade de Golden Stone, já aqui no cerrado goiano temos uma grande ocorrência de Yellow Sally. Revirando os fundos pedregosos encontramos uma enorme quantidade dessas ninfas, e durante o vadeio já observei várias adultas aladas, umas, inclusive, se acasalando. Em certa ocasião joguei alguma na água pra observar o que aconteceria...e, quando descia à deriva, pimba!!! Um ataque explosivo!!!
Então vamos atá-la??!!
STONEFLY YELLOW SALLY ADULTA GO FLY (TÉCNICA DAS AGULHAS):

Materiais (sem conflito de interesse):

EVA: Uma placa amarela clara (comprada em papelaria)
Pernas finas: Rubber legs fine (branca ou amarela)
Fio de atado: Uni-Thread 6/0 da cor Lt. Cahill
Asas (material alternativo): Espuma de proteção de produtos digitais
Cola: Super Bonder
Anzol número 10 com haste alongada (2XL), usei o Tiemco #10 modelo 5212. OBS: A mosca atada nesse anzol imita o tamanho real da Yellow Sally.
Instrumental:
Agulha convencional de costura (em que as pernas finas de borracha passe pelo seu olho)
Morsa nacional: Monroy
Bobina
Tesoura
Caneta preta de CD/DVD (ponta fina)
Passos:
CONSTRUÇÃO DO CORPO (Body):
1-       Cole duas planas de EVA com Super Bonder. OBS: Não costumo usar cola de EVA, que além de demorar colar, ainda adicionam peso a mosca.

2-        Recorte os corpos em tiras de comprimento um pouco maior que a haste do anzol, se exceder muito esse comprimento poderá comprometer a fisgada.

3-      Corte o EVA moldando-o em forma de barco, com uma ponta triangular e a outra reta com as quinas aparadas, dessa forma:

4-      Faça uma fenda no EVA de forma que só atravesse a placa inferior

ABDOME

1-      Cubra a haste do anzol com fio de atado no sentido Olho > Gap.

2-      Ate duas pernas finas de borracha (amarela ou branca), paralelamente, no final da haste do anzol.

3-      Passe cola e posicione a fenda do EVA na haste 

4-      Faça os anéis do abdome da mosca desenhando-os paralelamente com o próprio fio de atado, deixando apenas o 1/3 anterior da placa para construir o tronco e a cabeça. OBS: não faça muita compressão no EVA pois poderá comprometer sua flutuabilidade. Apenas no último anel pode-se fazer uma pressão maior, de forma que já fará a separação entre o abdome e o tronco.


 ASAS:
1-      Recorte a espuma em forma de um coração bem “magrinho e comprido”:

2-      Ate as asas abertas ou fechadas (a critério) um pouco além do abdome. OBS: As Stones recém eclodidas ficam com as asas abertas e após “secarem” elas se fecham.

PERNAS TRASEIRAS:
1-      Prenda uma perna fina de borracha de cada lado na divisão entre o abdome e tronco.

CABEÇA E ANTENAS:
1-      Divida esse espaço anterior do EVA ao meio e faça a segmentação entre o tórax e a cabeça, após ate a parte anterior da perna traseira.


2-      Técnica da agulha: Transfixe a agulha entrando na parte posterior da cabeça e saindo na parte anterior em posição contralateral; passe a leg pelo olho da agulha e acabe de atravessar. Repita da mesma operação do outro lado.



PERNAS ANTERIORES:

1-      Ate mais dois pedaços de legs finas na intersecção entre o tronco e a cabeça.

2-      Nesse momento já pode dar o nó de finalização.

ACABAMENTO:
1-      Técnica da agulha: Transfixe a agulha no final do abdome em direção oblíqua, passando as legs finas pelo olho da agulha, dessa forma:


2-      Pinte os olhos e a cabeça da mosca conforme a sua anatomia natural.

Considerações:

Optei por fazer a Yellow Sally pela sua grande presença no cerrado e pelo fato de ser amarela, o que nos dará boa visualização em arremessos longos. Ainda não foi testada, mas assim que testarmos formularemos novas considerações.
A ténica das agulhas abre um universo de opções de receitas em que o mosqueiro, certamente, criará inúmeras.
Bom atado!
Leandro Vitorino

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

GAFANHOTO GO FLY (GRASSHOPPER): MATÉRIA E RECEITA

Texto e fotos: Leandro Vitorino

Grilos, gafanhotos e esperanças fazem a festa no verão. Assim que a chuva se firma, novos brotos verdes e suculentos germinam no solo e nas pontas dos galhos, servindo um prato saboroso a essa família de insetos que é exclusivamente vegetariana.

Gafanhotos podem devorar uma árvore inteira.
  As esperanças são insetos próximos dos grilos e dos gafanhotos, muitas evoluíram e apresentam uma coloração críptica que confere uma boa proteção contra predadores menos alertas. Umas assemelham-se a folhas secas, outras a folhas verdes.

Falar em pesca com mosca e não falar sobre grilos e gafanhotos é saltar uma importante página da história do fly fishing. Esses insetos se fazem presentes em quase todos os biomas do mundo e são extremamente apreciados por diversas espécies de peixes.
Gafanhoto fotografado na Serra da Mesa (GO)

Os Brycons têm uma enorme predileção por esses insetos, entretanto os peixes redondos, as saicangas, as tabaranas, black bass, tilápias e trutas patagônicas não ficam muito atrás quando o objetivo é atacar um grilo “desatento” que caiu na água.

O Cerrado, em especial, abriga inúmeras espécies. Nele, as estações são bem definidas, sendo marcado por um inverno extremamente seco e um verão bem chuvoso. É na estação das chuvas que as populações de grilos e gafanhotos “explodem” gerando um mosaico de vidas e cores.
Esse não é o Bicho-pau, é o Mané-magro, mas que lembra também um graveto. Ao contrário dos Bichos-paus verdadeiros (ordem Phasmatodea), o Mané-magro (Proscopiidae) é da família dos gafanhotos, possuindo cabeça alongada, antenas curtas e pernas posteriores modificadas para o salto.

A fêmeas adultas de gafanhoto desovam na vegetação e após a eclosão, os filhotes (ninfas) tendem a ficar agrupados alimentando-se das folhas novas. Antes de criarem asas são alvos fáceis para pássaros e outros insetívoros, mas assim que criam asas revoam para todos os lados. Algumas espécies de gafanhotos do cerrado são bem grandes como o Tucurão (Giant grasshopper - Tropidacris collaris): sua envergadura pode atingir até 20 cm, sendo um dos maiores já conhecidos. É a espécie de maior importância econômica no Brasil, visto que causam danos a várias espécies de vegetais cultivados pelos brasileiros, mas quando estão num ambiente preservado mantém seu equilíbrio no ecossistema sem lhe causar danos. Ocorrem na América Central e América do Sul até os Andes.
Ninfa do Tucurão (gafanhoto gigante) em fase primária.

Ninfa do Tucurão em fase avançada mas com asas sub-desenvolvidas, alvo fácil para predadores. Esse acima escapou perdendo uma de suas pernas traseiras.

Tucurão adulto fotografado em mata ciliar do cerrado durante vadeio


Vamos então a importância mosqueira...
O mosqueiro Rafael Pacheco, nosso amigo Rafa, foi o primeiro GO FLY e talvez o primeiro brasileiro, a pegar uma pirapitinga no Hopper de pêlo.
Primeira pirapitinga pega pelo GO FLY no Hopper.

A captura do Rafa me fez repensar minha forma de vadeio. Se antes eu abusava das moscas molhadas, em especial do “Pouca-família”, pinchando-o e deixando-o descer pelo corredor de alimentação do peixe, resolvi arriscar todas minhas fichas em prol da emoção e disse pra mim mesmo: “Vou atar umas terrestriais e pescar única e exclusivamente com elas, deixando as molhadas apenas para espumas e turbilhões.” Após traçar esse objetivo, acabei fazendo uma pescaria fantástica no UP STREAM (rio acima) com meu amigo Kensuke. A partir daí me dediquei a desenvolver novas estratégias de ataque ao pesqueiro de pirapitingas. Eu, assim como todo o GO FLY evoluímos no vadeio com moscas terrestriais, mudando a forma de análise dos pontos.  Estratégias que mostraremos em matérias futuras.

 Penso, indubitavelmente, que o pirapitingueiro que não possui terrestriais em sua fly box, como tanajuras e hoppers, certamente não atingirá a produtividade máxima que o vadeio pode lhe oferecer, sobretudo na captura dos grandes exemplares. Depois de atar e testar várias fórmulas, mesclei algumas receitas e cheguei  a esse gafanhoto. Alguns puristas “anti-EVA” poderão, inicialmente, até não gostar dessa mosca, afinal os gafanhotos não fazem tanto sucesso com as trutas brasileiras (que preferem moscas secas menores), mas o mesmo não podemos dizer das trutas patagônicas que possuem uma apreciação considerável pelas terrestriais. Com os Brycons torna-se impossível não reconhecer a supremacia dos grilos/gafanhotos em seu cardápio. Hoje, as terrestriais ocupam mais de 70% de minhas caixas de mosca, não só pela eficiência, mas também porque produzem ataques na superfície, que é o grand slam da pesca com mosca.

Apesar das terrestriais de pêlo atrairem mais os olhares do mosqueiro pela sua bela aparência natural, pessoalmente prefiro as terrestriais de EVA com legs de borracha do que as feitas exclusivamente com pêlos e penas. Fazendo um teste prático comparativo entre essas duas, vi que as terrestriais de EVA possuem uma melhor estabilidade na água, não giram com facilidade na correnteza forte ou durante os casts (o que faz torcer o leader), possuem melhor flutuabilidade, não necessitam serem secadas com false casts e têm maior durabilidade após os agressivos ataques dos peixes.
Gafanhoto de EVA e pêlo.


Após testar esse gafanhoto #8 de EVA e pêlo interpretei-o como possuindo ótima funcionalidade, é bem realístico tanto na sua silhueta como em sua movimentação na água, resiste bem aos ataques e é bem fácil de pinchar com equipamentos do número #3 em diante.
Segue então nossa receita:
Materiais utilizados (sem conflito de interesse):

Anzol 2XL: Usei o Tiemco modelo 5262, #8 para pirapitingas e #4 ou #6 para peixes maiores (ex: matrinchãns, piracanjubas, piraputangas, etc.)
Pêlo: Elk Hair (natural)
EVA: Três placas finas (compradas em papelaria)
Pernas de borracha finas e médias (Rubber Legs fine e medium)
Fio de atado: 6/0 UNI-Thread
Cola de secagem rápida: Uso Super Bonder
Caneta pincel para CD (ponta grossa)
Instrumental:
Morsa nacional (Monroy)
Estilete
Tesoura
Alinhador de pêlos
Bobina
Passos:
     Preparo da base do corpo (EVA):
1-      Cole 3 pedaços de placas finas de EVA de cores diferentes. Estudos mostram que mesmo não distinguindo bem as cores, os peixes enxergam bem o contraste entre elas. Coloquei verde embaixo, preta no meio e salmão em cima, dando bastante contraste de tonalidades. A placa de cima é importante que seja de cor clara, pois facilita a visualização da mosca a longas distâncias. OBS: Em águas claras, as pirapitingas ficam tão ariscas que exigem arremessos longos.

2-      Opção: se você optar em colocar um EVA de cor escura na parte superior, aconselho que troque o Elk hair natural por um pêlo colorido, como o DEER BELLY, que sinalizará bem sua mosca e possui boa flutuabilidade.

3-      Recorte o corpo num comprimento um pouco maior que o anzol, sem cometer excessos, pois o abdome muito longo pode atrapalhar na fisgada.

4-      Na parte de baixo recorte os bordos em forma de barco, na frente dê um pequeno corte nas quinas.

5-      Faça a fenda para encaixar o anzol de forma que só corte a placa de baixo.

6-      Cubra a haste do anzol com fio de atado, passe um pouco de cola e encaixe o corpo de EVA.


ABDOME:
1-      Use o fio de atado para fazer os anéis do abdome em 2/3 da placa de EVA, deixando o 1/3 frontal para a cabeça e o tronco. Dê  2 voltas, no EVA para fazer cada anel e , para que os anéis não fiquem em espiral, só "caminhe" com a linha na parte inferior na mosca. OBS: Não faça muita pressão com o fio ao atar os anéis do abdome, pois isso poderá comprometer a flutuabilidade da mosca. Só faça uma pressão maior no último anel, o que já fará a divisão entre o abdome eo tórax. 
2-      Nessa etapa pode-se fazer um hackle no abdome, mas vou mostrar de uma forma mais simples, sem o hackle.
 
ASAS:
1-      Corte uma pequena quantidade de ELK HAIR (quantidade excessiva de pêlo pode desequilibrar a mosca) e alinhe os no alinhador de pêlos, como demonstrado:
2-      Posicione o pêlo com as pontas até no máximo o final do abdome do gafanhoto, se passar poderá desequilibrá-la também.
3-      Ate o pêlo firmemente e não se preocupe se ele ficar muito arrepiado, pois num passo futuro isso será corrigido. Corte a parte frontal do pêlo bem rente, podendo ou não (a critério) receber uma gota de cola em seu coto.
4-      Quando olharmos a mosca pelo seu lado inferior (que é o mesmo ângulo de visão do peixe) veremos que os pêlos produziram a silhueta das asas do gafanhoto.
Cabeça e antenas:
1-      Passe o fio de atado 2 vezes no olho do anzol, posteriormente dê 2 voltas no EVA bem próximo ao olho do anzol, que já fará a segmentação entre a cabeça e o tórax como demostrado:
2-      Corte uma tira de EVA da mesma largura do corpo e faça uma triangulação em sua ponta (essa triangulação é do tamanho apenas do tórax do gafanhoto).
3-      Ate a tira de EVA na mosca e corte-a ao meio fazendo assim duas novas tiras, como demonstrado:
4-      Antenas: dobre uma borracha fina (Rubber legs fine) e ate-a no meio das duas novas tiras de EVA.
5-      Dobre as tiras de forma que faça o formato da cabeça, devendo ser mais anteriorizada do que a boca do gafanhoto (OBS: se simplesmente dobrarmos para trás as tiras, além de não reproduzirmos o formato real da cabeça de um gafanhoto, ainda faremos com que a mosca afunde quando for puxada, o que não é o objetivo, pois a intenção aqui não é fazer um DIVER).
Tórax:
1-      Passe o fio de atado prendendo as duas tiras de EVA no mesmo local de fixação dos pêlos. Isso fará com que os pêlos se abaixem um pouco.
2-      Corte as pontas das tiras de EVA, finalizando o tórax.

Pernas:
1-      Separe um par de pernas médias (Rubber legs Medium) e dê um nó para simular a articulação das pernas de um gafanhoto.
2-      Ate as pernas médias na transição entre o abdome e o tórax, de modo que fiquem bem alinhadas.
3-      Passe de novo o fio de atado duas vezes no olho do anzol e prenda as pernas médias na transição entre a cabeça e o tórax da mosca. Corte as pontas anteriores das pernas, pois só servirão para fazer as pernas traseiras.
4-      Separe mais um par de pernas finas (legs fins) e ate-as nesse mesmo segmento. OBS: Não recomendo fazer as pernas anteriores com legs de expessura média ou grossa nesse gafanhoto #8, pois poderá desequilibrá-lo para frente. Mas se for numa mosca maior (#6 ou #4) tudo bem.
5-      O nó de finalização já pode ser feito nesse momento.
Acabamento:
1-      Faça um pequeno pique nas tiras de EVA da cabeça de forma que acomode as antenas dentro do pique.
2-      Posicione as antenas para fora, de forma que se abra a fenda de EVA da cabeça, passe pouquíssima cola nessa fenda e comprima para fechar a fenda. Antes da secagem total da cola posicione as antenas de forma adequada.
3-      Pinte com a caneta de CD o seguimento entre a base do pêlo e o tórax e em seguida os olhos do gafanhoto.
4-      Passe mais uma fina camada de cola em toda a parte inferior da mosca, fixando melhor o anzol e o fio de atado na mosca.
 
Variações dessa receita e considerações:

                Sabemos que o mosqueiro brasileiro possui uma enorme criatividade e as variações dessa mosca deverão ser adequadas conforme o peixe e o local em que se irá pescar.
               No ambiente selvagem, os grilos/gafanhotos que são mais predados e que caem na água geralmente são aqueles em fase de ninfa, que ainda não desenvolveram totalmente suas asas. Uma variação pertinente no atado desse Hopper é não usar o pêlo para construir as asas e sim a própria continuação das tiras de EVA, as mesmas que construíram a parte superior da cabeça e do tórax. Essas tiras deverão ser modeladas de forma que representem os brotos de asas da ninfa de gafanhoto.  
               Finalizamos assim mais uma terrestrial bem realista. Espero que essa mosca traga alegria ao mosqueiro que tem afinidade por Brycons, redondos, saicangas, tilápias, tabaranas, bass, trutas, entre outros de sua região.
Sonho de todo pirapitingueiro: Pirapitinga gigante capturada por Kensuke Matsumoto no up stream, com hopper (anzol sem farpa) na vara de Bamboo #4 (by Beto Saldanha-RJ)
                                                                                    Foto: Kensuke

BOA GRILAGEM!!!
Vitorino