Texto: Leandro Vitorino
Fotos: Arquivo GO FLY, ABPM, MOSCA N'ÁGUA.
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Klaus, presidente da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESCA COM MOSCA (ABPM), em visita ao cerrado, experimentando o duelo com a nobre tabarana. |
Este ano nos lançamos em
expedições que nos levaram ao conhecimento de lugares paradisíacos,
esclarecimentos comportamentais de espécies pouco pescadas, afinamento técnico
da pesca com mosca de cada espécie e suas variações. Mas, sem dúvida, nosso
maior ganho foi o fortalecimento de grandes amizades e a busca pelo
aprimoramento espiritual do mosqueiro brasileiro.
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Cenários como este fazem do cerrado um ambiente de lavar a alma. Em breve tudo isso será alagado por uma PCH. |
Em nossa página, tentamos abordar
temas abrangendo quesitos técnicos, científicos e ambientais, sem desatar do
nosso compromisso com a humanidade. Dedicar-se ao aprendizado conceitual e
prático da pesca com mosca talvez o faça um mosqueiro tecnicamente melhor, mas
nunca o fará um espírito mais evoluído.
O grande intelectual brasileiro
Alceu de Amoroso Lima (apud BETO,1978) afirmava que educar é civilizar e
civilizar é espiritualizar. “Não somos seres humanos passando por uma
experiência espiritual; somos seres espirituais que estão passando por uma
experiência humana.” (THEIHARD DE CHARDIN).
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Saí-andorinha na praia do rio |
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Cobra cipó no barranco. |
Para Dalai Lama (2000),
espiritualidade é simplesmente aquilo que produz no ser humano uma mudança
interior.
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Rio do cerrado, típico de pirapitingas, em breve será inundado por uma PCH, eliminando as espécies reofílicas que dependem da piracema para se reproduzir. |
A espiritualidade se refere à
parte não física de nós, à sua energia vital, a emoção, a caráter, às
qualidades morais, determinação, felicidade, etc. Os temas que envolvem
espiritualidade tocam profundamente as pessoas, pois todos nós temos desejos
imortais, imortalidade esta que nos leva ao desprendimento dos meios materiais,
nos direcionando aos valores de elevação espiritual, pois estes serão carreados
para sempre, impregnados em nosso íntimo.
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Maurício Velho com uma pirapitinga na vara de bamboo. |
O escritor Thomas Merton (1986)
pergunta: “O que ganhamos viajando até a Lua, se não podemos cruzar o abismo
que nos separa de nós mesmos?”.
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Rogério Batista (Jamanta), durante a expedição |
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Peixe para um lado, mosca para o outro. |
Nessa linha postaremos imagens que
falam por si, espero que nossos visitantes não as analise apenas com o sentido
da visão, mas com o “coração”, o único capaz de enxergar a essência de tudo e
de absorver as energias que estão sendo passadas por esses locais e os
sentimentos vivenciados por esses mosqueiros de alma que ali se encontraram.
Alimentem-se de bons pensamentos, sintonizem-se aos fluidos extrafísicos, que
assim conseguirão ver o invisível ao olho humano...
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Mosquear pirapitingas e coletar cajuzinho são as combinações mais queridas do mês de setembro. |
A mensagem futurística: “O
cerrado foi palco de muitas riquezas e por aqui passaram grandes mosqueiros envolvidos
por nobres sentimentos...” talvez seja a frase que falarei aos meus netos com
grande nostalgia. As fotos talvez sejam apenas belas lembranças de quando ainda existiam peixes selvagens por aqui. Digo isso porque todos os locais que estão
ilustrados nessa matéria estão inseridos em áreas de projetos de construção de
PCH’s, num futuro bem próximo. O pior é que não há nada que podemos fazer para impedir tal atrocidade. Esse é o preço do domínio humano sobre a Terra.
A natureza parece ter um futuro incerto, a única certeza que tenho hoje é da
eternidade do meu espírito.
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O pequi é um dos fruto mais tradicional da culinária do cerrado, geralmente acompanha o arroz e o frango caipira. |
O cerrado, mesmo sendo o segundo
maior bioma brasileiro, possui hoje pouco mais de 20% de sua vegetação nativa.
Tanto as bordas quanto os interiores dessas áreas já estão tocados pelo homem.
O novo código florestal intensificou ainda mais os desmatamentos. O Brasil
passa pelo seu melhor momento econômico no cenário mundial, porém muitas estratégias
político-econômicas adotadas para alavancar nosso “avanço” agridem nossos
ecossistemas e enterram as riquezas naturais e culturais de nosso povo.
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A mata ciliar é um dos controladores do assoreamento, alem de fornecer matéria orgânica ao rio. |
Daqui alguns anos, essa página
pode passar a ser apenas um museu eletrônico de como viveu os mosqueiros do
cerrado brasileiro. Guarde bem essa futura relíquia que foi preparada com muito
carinho, por mim e nossos amigos da Associação Brasileira de Pesca com Mosca
(ABPM).
Gostaria muito que todos os
mosqueiros esportistas brasileiros pudessem ter a mesma oportunidade que estes
tiveram, seria um grande prazer poder conhecer cada um de vocês, infelizmente não possuímos estrutura direcionada ao turismo mosqueiro
nos rios de vadeo do cerrado, o que muitas vezes faz com que o deslocamento até
os rios seja muito desgastante. Sendo dificultoso tanto o acesso aos trechos
vadeáveis quanto o conhecimento das rotas. Queria ter mais tempo disponível
para receber todos os amigos que apreciam nosso trabalho. Minha profissão tem
me exigido mais a cada ano, fato que aos poucos tenho reduzido meu tempo para
pescar, escrever, mergulhar e fotografar.
Esse ano percorri quase oitenta
quilômetros vadeando ao lado de bons amigos, experiência que nos trouxe mais
conhecimento dos hábitos dos peixes, assim como as variações comportamentais
sazonais. Aclimatamos nosso espírito de forma integral ao ecossistema,
exercício que nos inspira e lapida nossas faculdades.
Deixaremos um pouco de lado as informações
técnicas que serão publicadas em nosso LIVRO GO FLY. Enquanto essa obra não chega...
... deixo aqui algumas imagens de nossas expedições:
MAURÍCIO VELHO e as pirapitingas:
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Yellow- sally, super eficiente em águas cristalinhas. |
Mauvelho, num momento inspirado, tira da água três grandes pirapitingas numa sequência impressionante. Todas elas fisgadas em situações típicas das grandes fêmeas: corredores rasos ao lado de grandes pedras com fendas:
Primeira:
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A primeira grande fêmea estava sozinha, impondo o seu territorialismo no corredor, atacou ao lado dessa pedra. |
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As pirapitingas acima dos 30 cm fazem fortes arrancadas durante a batalha. |
O jeito foi o amigo apreciar o momento em alto estilo:
Segunda:
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Novamente, a grande fêmea, num corredor raso, ao lado de uma grande pedra com fenda. |
Segue o baile:
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Fisgada pirapitingueira: com a linha e com a vara |
Terceira:
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Segredo pirapitingueiro: Concentração, inspiração, dedicação, boa leitura, abordagem correta dos pontos, apresentações de terrestriais nas áreas nobres do corredor, fazendo a escalada com derivas curtas e SORTE! |
MAURÍCIO VELHO COM OUTRAS ESPÉCIES:
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Literalmente: rabo de foguete |
KLAUS E DIVANI:
A visita de nosso presidente, juntamente com o amigo Divani foi uma expedição com fins mosqueiros, culinários e culturais no cerrado:
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"Flor do capeta", nome regional, mas incompatível com sua beleza. |
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Divani e Klaus: Um brinde à ...: |
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Minha maior alegria e ver a felicidade estampada no rosto do parceiro de pesca |
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A luta com esse azul de corredeira certamente valeu a viagem de São Paulo para Goiás |
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Divani fisgou bastante com o seu camarão. |
COM A PALAVRA, NOSSO PRESIDENTE:
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Arraia, o maior de todos os perigos do vadeo, essa estava próximo do presidente. |
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Tucuna azul presidencial |
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Nosso presidente capturou a maior tabarana da temporada 2013, até os peixes resolveram puxar o saco do presidente, rsrsrs |
ALMOÇO PRESIDENCIAL:
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Amigo Divani colocando em prática seus dotes culinários |
O PRESIDENTE (KLAUS), DIVANI E AS PIRAPITINGAS:
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CAJUZINHO, fruto endêmico do cerrado |