Texto: Leandro Vitorino
Fotos: Rafael Pacheco e Leandro Vitorino
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Oportunista, a pirapitinga alimenta-se também de pequenos roedores e rãns, conforme publicado no trabalho de pesquisa da UNESP de Rio Claro, que avaliou o conteúdo estomacal de mais de 200 pirapitingas. Foto: Leandro Vitorino |
No começo de junho, eu e o Rafa
fomos fazer um trabalho de campo em uma propriedade amiga do Projeto
Pirapitinga. Propriedade que é literalmente o fim da linha de uma estrada de
terra. Era junho e caía algumas chuvas esporádicas, algo incomum para a época
aqui em Goiás.
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Região em que se encontram três rios pirapitingueiros. Foto: Leandro Vitorino |
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Chora-chuva-preto, pássaro insetívoro, habitante do cerrado. Foto: Leandro Vitorino |
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Urubu-de-cabeça-vermelha. Foto: Leandro Vitorino |
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Rolinha-caldo-de-feijão chocando seus ovos. Foto: Leandro Vitorino |
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Uma hora e vinte minutos de caminhada, subindo e descendo o espigão, mas a paisagem vale a pena. Foto: Leandro Vitorino |
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Canarinho-da-terra trocando de penas. Foto: Rafael Pacheco |
No trajeto, percorremos de
camioneta uns trinta quilômetros de estrada de terra, sendo grande parte do trecho
com estradas quase intransponíveis, subindo e descendo serra, curvas com
desfiladeiros, inúmeras erosões e alguns atoleiros, enfim, fim da linha. A
estratégia era pescar num trecho de rio, onde descobrimos há um ano, em que a
pirapitinga reina a ictiofauna local. O trecho de vadeo no rio possuía algo em
torno de 2 km, porém, para chegar até o trecho caminharíamos 5 km na ida e mais
5 km na volta, totalizando 12 km. O difícil seria subir e descer a serra que
esconde em seu vale um paraíso perdido das pirapitingas, mas que com certeza
lavaria nossa alma. Local extremamente preservado, com vários animais selvagens
em meio a rica paisagem de cerrado.
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Sabiá. Foto: Leandro Vitorino |
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Saíra-amarela. Foto: Leandro Vitorino |
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Cerrado propriamente dito bem preservado. Foto: Leandro Vitorino |
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Carcaça de tamanduá-bandeira, provavelmente predado por onça. Foto: Leandro Vitorino |
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Bandeira. Foto: Leandro Vitorino |
Chovera por 4 dias na região, não
muito forte, mas o suficiente para sujar a água. Depois de quebrar muito galho
e nos acabar nos espinhos dos “arranha-gato”, colocamos os pés na água. Hora de profunda
interpretação...: água suja... leitura do rio... corredor de alimentação... procurávamos
ações das pirapitingas pelo rio, eclosões, insetos e pequenos animais nas
margens...
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Uma espécie de esperança verde. Foto: Leandro Vitorino |
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Outra espécie de esperança. Foto: Leandro Vitorino |
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Grande grilo (cricket), comum no cerrado. Foto: Leandro Vitorino |
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Ninfa de tucurão (Giant Grass Hopper) já com seus 10 cm, uma das únicas espécies capazes de comer a folha da sambaíba (lixeira), árvore muito comum no cerrado. Foto: Leandro Vitorino |
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Ninfa de Yellow Sally, essa é a Stonefly mais comum do cerrado goiano. Foto: Leandro Vitorino |
Como não era época de picos de eclosões, partimos pras nossas moscas
terrestres: gafanhotos, grilos, tanajuras e ratos....isso mesmo: ratos!! O Rafa
tava louco pra “ratear” no up stream...Também pescamos com poppers, moscas
eficazes em águas turvas, por atraírem o peixe pelas vibrações, uma vez que a localização
pela visão está prejudicada.
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Aprender a pescar pirapitingas na água suja é um bom desafio. Foto: Leandro Vitorino |
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Rafa apresentando rente ao paredão. Foto: Leandro Vitorino |
Quando a água está turva, o que
atrapalha a visualização da mosca pelo peixe, se apenas deixar a mosca à deriva
e não ocorrer ataques, o mosqueiro poderá trabalhar a mosca terrestrial
imprimindo alguns toques rápidos, porém curtos, dando pausas adequadas para que
o peixe encontre a mosca. Os gafanhotos GO FLY também possuem uma ação Popper,
podendo deixá-los à deriva ou trabalha-los como poppers.
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Pirapitinga no Popper. Cabeça de espinho de paineira (presente do amigo Ivo). A cauda de EVA melhora a flutuabilidade dos pequenos poppers e ainda simula uma pequena rã, da qual a pirapitinga também se alimenta. Foto: Leandro Vitorino |
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Visão de um não-pescador |
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Visão de um pirapitingueiro que pesca no up stream com terrestriais. Observe que o trecho possui três corredores de alimentação e "Janelas" entre eles e no bordo, delimitando as áreas de apresentação das terrestriais. Foto: Leandro Vitorino |
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Rafa, concentrado, trabalhando seu rato rente a margem com plantas e musgos. Foto: Leandro Vitorino |
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Pirapitinga na linha.... Foto: Leandro Vitorino |
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Rafa obtebve ótimo resultado com seus ratos, dois deles as pirapitingas levaram. Foto: Leandro Vitorino |
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Foto: Leandro Vitorino |
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Rato, excelente produtividade na pesca com mosca da pirapitinga. foto: Leandro Vitorino |
Com a água escura, mais uma vez
comprovamos que as terrestriais com fundo escuro eram mais efetivas, por destacar
a sua silhueta escura no azul do céu quando o peixe a olha de baixo para cima.
As moscas claras como a Cigarrinhas-do-campo e a Yellow Sally caem sua
produtividade em águas escuras.
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A Dobsonfly adulta de EVA GO FLY também promoveu boas ações. Foto: Leandro Vitorino |
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Cigarrinha-do-campo. Foto: Leandro Vitorino
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Ninfa de Gafanhoto GO FLY, mosca bem produtiva em qualquer época do ano. Foto: Leandro Vitorino |
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UP STREAM: a mais emocionante e eficiente opção para a pesca da pirapitinga com mosca. Foto: Leandro Vitorino |
Saíram 33 pirapitingas nesse dia,
sem contar os inúmeros peixes perdidos, alguns cortaram o tippet do Rafa outros
se desvencilhavam do anzol... foi um dia e tanto!
Em locais com mata ciliar tipo
mata de galeria, local de maior ocorrência dos ratos silvestres, o Rafa fez a festa
com a sua “rataiada”, fisgandou mais de 10 peixes com seus ratos.
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Foto: Leandro Vitorino |
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Mais uma eletrizante pirapitinga no rato do Rafa. Foto: Leandro Vitorino |
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A mata ciliar bem preservada é fundamental para a sobrevivência das pirapitingas. Foto: Leandro Vitorino |
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Rafa, merecido orgulho de seus ratos. Foto: Leandro Vitorino |
Não saiu grandes peixes neste
dia, mas a quantidade e a agressividade dos ataques deram um tempero a mais na
pesca com mosca.
Mais um dia em que aprendemos
muito e que enriquecemos nosso espírito pirapitingueiro no cerradão goiano!
Até a próxima...
Att, Leandro