quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

FELIZ 2015! - ESPECIAL: REPRESAS DO SUDESTE (TUCUNARÉ)

Texto e fotos: Arquivo GO FLY
Machos de Tucunaré-amarelo (Cichla Kelberi). Foto: Leandro Vitorino.
             A família GO FLY e ABPM - Goiás deseja a todos nossos visitantes boas energias!!!
             Que esse sentimento de renovação consiga penetrar profundamente nosso espírito...
           Agradecemos pela amizade e carinho que recebemos ao longo da caminhada GO FLY, rumo à evolução íntima, através do autoconhecimento e respeito a todos os seres vivos, sem esquecermo-nos de nossas raízes e heranças de nossos mestres...

Cardume de tucunaré-azuis (C. piquiti) jovens, ainda no padrão "paca" de cor, atrás um tucunaré-amarelo. Foto: Leandro Vitorino 
Dublês de tucunas-azuis jovens ("paca"). Foto: Leandro Vitorino
Tucunaré-amarelo em meio ao cardume de "azuis-pacas". Foto: Leandro Vitorino.

Foto: Leandro Vitorino.
Fêmea de Tucunaré-azul. Foto: Leandro Vitorino.
Azuis - "pacas". Foto: Leandro Vitorino
O mineiro Sérgio e nosso dublê de amarelo-azul. Foto: Leandro Vitorino. 
Tucunaré-amarelo (C. Kelberi). Foto: Leandro Vitorino.
Na primavera, pico de reprodução dos ciclídeos, os mesmos adquirem um colorido intenso, principalmente os machos. Foto: Leandro Vitorino. 

Piau-três-pintas. Foto:Leandro Vitorino. 
Luiza com seu Piau-três-pintas. Foto: Leandro Vitorino.
Porquinho, ciclídeo amazônico introduzido na Bacia-do-Paraná. Foto: Leandro Vitorino.
O colorido Porquinho. Foto: Leandro Vitorino.
Outra espécie de Porquinho, conhecido como "Zoiudo", junto a um cardume de Pacú-pratinha ("CDzinho"). Foto: Leandro Vitorino.
"CDzinho". Foto: Leandro Vitorino.
Sardinha de aguá-doce. Foto: Leandro Vitorino.
    A FORTE SECA SOFRIDA NO SUDESTE BRASILEIRO NO ANO DE 2014 COMPROMETEU OS RIOS E A REPRODUÇÃO DOS PEIXES REOFÍLICOS, INCLUINDO MUITAS ESPÉCIES DE PEIXES FORRAGEIROS. OS TUCUNARÉS SOFRERAM TANTO COM A BAIXA NA QUANTIDADE DE ALIMENTO (PEIXES FORRAGEIROS), COMO TAMBÉM COM A REDUÇÃO DAS SUAS ESTRUTURAS DE DESOVA (TRONCOS SUBMERSOS). VEJA A FOTO DO MESMO TRONCO NOS ANOS DE 2013 E 2014:

Em julho de 2013, esse grande macho de Tucunaré-amarelo vigiava seu ninho, posto em cima de um tronco de árvore submerso. Foto: Leandro Vitorino
Foto mais aproximada do mesmo ninho de Tucunaré-amarelo da foto acima (julho de 2013). Nesse momento, o tronco encontrava-se a 3 metros de profundidade.  Foto: Leandro Vitorino.
Foto registrada em maio de 2014, quase na mesma época do ano anterior. O mesmo tronco encontrava-se no seco, à 15 metros da margem. Foto: Leandro Vitorino. 
             Que Deus olhe por nossos ecossistemas aquáticos...
             Que olhe por nós em nossas viagens e pescarias...
             Que cuide de nossa família que ficou para trás...
             Que nos inspire em nossos atados, desenhos e fotografias...
             Que aperfeiçoe nossos pinchos...
             Que nossas moscas encontrem bons peixes...
             Que nossos equipamentos trabalhem no limite de sua capacidade...
 Que disputemos honrosas batalhas...
 Que o peixe saia o mínimo agredido possível, retornando saudável ao seu ecossistema...
 Que nossos parceiros de pesca se sintam felizes... E que eu possa envelhecer pescando com eles, desfrutando de sua amizade em nossos últimos rios ainda preservados...

Casal de Tucunarés-amarelos com seus filhotes. Foto: Leandro Vitorino.
Foto: Leandro Vitorino.
Casal de Apaiaris (Oscar ou Acará-rei) com um cardume de Pacús ao fundo. Foto: Leandro Vitorino.
A furtiva Traíra, armando uma emboscada para os peixes forrageiros. Foto: Leandro Vitorino.
Casal de Apaiaris protegendo seu ninho, posto num tronco (logo atrás). Foto: Leandro Vitorino. 
Ninho de Tucunaré-azul. Foto: Leandro Vitorino.
Macho de Tucunaré-azul junto a sua prole. Foto: Leandro Vitorino.
"Filhoteira" de Tucunaré-azul. Foto: Leandro Vitorino.
Macho de Tucunaré-azul atacando um Tucunaré-amarelo que tentava comer seus filhotes. Foto: Leandro Vitorino
Fêmea de Tucunaré-amarelo vigiando seu ninho. Foto: Leandro Vitorino. 
Cardume de Azulões. Foto: Leandro Vitorino
Macho de Tucunaré-azul. Foto: Leandro Vitorino.
Amigo Sérgio e nosso dublê de azuis. Foto: Leandro Vitorino.

Sérgio, labutando com os tucunas do sudeste. Foto: Leandro Vitorino
Sérgio e seu Tucunaré - "mestiço" (azul/amarelo). Foto: Leandro Vitorino.
Dublê de tucunas foi o que não faltou nesse dia abençoado. Foto: Sérgio.
Bonito Tucuna-azul fisgado no Gafanhoto GO FLY sendo trabalhado como Popper. Foto: Sérgio.
Se pudéssemos escolher um único ato para sermos lembrados, não pediríamos que se lembrasse de nossas fotografias, não pediríamos que se lembrasse de nossas moscas, não pediríamos que se lembrasse de nossos insetos, não pediríamos que se lembrasse de nossos pássaros ou peixes... Só pediríamos que se lembrasse de "como vivemos e como nos relacionamos com nossos semelhantes e não semelhantes em nossos ecossistemas naturais"... Fica aqui o nosso mais profundo desejo: “Permito que seja feito em mim segundo a vossa vontade e não a minha própria”... frase transmitida por um humilde e sábio amigo, espírito da luz, instrumento fiel de nosso Pai... Que a sua pureza e serenidade nos contagie...


NONA CLÍNICA GO FLY E SEGUNDA ABPM-GOIÁS, REALIZADA EM DEZEMBRO DE 2014.
Betinho, Leandro e Rogério Batista durante a gravação do programa A ARTE DO ATADO NA FISH TV (www.fishtv.com.br), um programa 100% voltado ao fly brasileiro! "Parabéns Betinho e Fish TV".
FELIZ 2015!!!
E QUE VENHAM AS NOVAS LIÇÕES, NAS PRÓXIMAS PÁGINAS DE NOSSAS AVENTURAS...


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

PRIMAVERA MOSQUEIRA: O CERRADO, A PIRAPITINGA E O GO FLY...


Texto: Leandro Vitorino
Fotos: Arquivo GO FLY
Pirapitinga fisgada no "Besouro GO FLY" de EVA. Foto: Leandro Vitorino.
    Sem sombra de dúvida, a primavera é a melhor estação para se mosquear pelo cerrado. Os Hatches (picos de eclosão dos insetos de ciclo de vida aquático-terrestre) de Mayflies (Siriruia), Stoneflies (Mosca da Pedra), Dobsonflies e Caddisflies (João pedreiro) iniciam nos meses de agosto, intensificando em setembro e outubro, se estendendo até novembro.

Cópula de Donzelinhas (Damselfly). Foto: Leandro Vitorino.
Cópula de Trichopteras (Caddisflies) negras, da família Philopotamidae. Estão registradas mais de 40 espécies dessa família no Brasil. Foto: Leandro Vitorino.

Trichopteras da família Hydropsychidae fotografadas no cerrado. No Brasil, essa é a família mais diversa de Trichoptera, registrando mais de 107 espécies. Foto: Leandro Vitorino.

Stonefly (mosca da pedra) Yellow Sally. Foto: Leandro Vitorino.
Pirapitinga fisgada por Renato na Yellow Sally, a mosca preferida desse mosqueiro. Foto: Leandro Vitorino.
Hatch de Mayfly (Siriruia) em rio do cerrado. Foto: Ernane (Montes Claros - MG).
Casal de subimagos de Mayfly, com asas opacas. Foto: Leandro Vitorino.
Pirapitinga fisgada com o famoso "Bicho-preto", que imita de forma genérica vários tipos de ninfas aquáticas. Criação do nosso presidente Rogério Batista (Jamanta). Foto: Leandro Vitorino.
   Também é nessa época que ocorrem as grandes revoadas nupciais dos insetos terrestres colonizadores, tais como os cupins (com as aleluias) e as dezenas de espécies de formigas (como as saúvas, lava-pé, tocandira, etc). As revoadas de besouros, cigarras e cigarrinhas também explodem nesses meses.

Casal de besouros vermelhos na copa do Cajuzinho. Foto: Leandro Vitorino.
Espécie de besouro responsável por grandes revoadas no cerrado. Foto: Leandro Vitorino
"Besouro GO FLY" de EVA cumprindo seu papel. Foto: Leandro Vitorino

Forma alada-reprodutiva da famigerada formiga Tocandira (Cabo-verde). Além das fortes presas, ainda possui um ferrão venenoso em seu abdome, semelhante às vespas, seu veneno pode causar dor por 24 horas.

Bitú, macho alado da formiga Saúva. Foto: Maurício Velho.
"Tanajura realista GO FLY", criada pelo mosqueiro Vinícius Pontes (GO FLY). Foto: Leandro Vitorino.
Vinícius Pontes, curtindo o prazer de fisgar com sua criação. Foto: Leandro Vitorino. 
Uma pirapitinga realmente não resistiria à sua iguaria preferida: a Tanajura. Foto: Leandro Vitorino.
    Na primavera, ocorrem fortes ondas de calor, que promovem a elevação do metabolismo dos peixes, marcando também um período pré-desova dos peixes reofílicos, momento de grande necessidade alimentar, para que maturem seus espermatócitos e ovócitos, o que dará início a sua migração reprodutiva (piracema), o mais forte instinto natural que move os cardumes.

Velt, nosso "MAGO GO FLY DAS PIRAPITINGAS", mosqueando suas criações. Foto: Leandro Vitorino.
O mago Velt com sua bela pirapitinga. Foto: Leandro Vitorino. 
As cobiçadas “femonas” possuem traços anatômicos mais robustos, menos delicados, e dorso mais escuro, impondo uma aparência mais dominadora e territorial, como ela é de fato.
Oportunidade de ser predada pela pirapitinga na encosta do paredão. Foto: Leandro Vitorino.
Estratégia correta de ataque no up stream: aproximação imperceptível ao peixe e apresentação certeira. Foto: Leandro Vitorino.
Velt, levantando a vara e esticando a linha, evitando afrouxar a linha com o peixe que descia rapidamente em sua direção. Foto: Leandro Vitorino.
Resultado do trabalho bem feito pelo Mago: Pirapitinga!
    Como se não bastasse, o cerrado agrega pequenos rios com as mais belas paisagens pra quem curte a pesca com mosca no estilo vadeo no Brasil. O calor intenso ainda te convida a se refrescar em suas águas minerais e cristalinas dos rios de cabeceira. Dizer mais o que? Quem não conhece, realmente não sabe o que está perdendo...

Nosso presidente da ABPM, Rogério Batista, "lavando a alma". Foto: Vinicius Pontes.

Cajuzinho, típico do cerrado, muito apreciado pelos pirapitingueiros durante o vadeo. Foto: Leandro Vitorino
Um brinde aos pirapitingueiros! Foto: Leandro Vitorino.
  Além de curtir toda a magia da pesca com mosca nesse ambiente incrível, os intrépidos mosqueiros ainda terão o privilégio de avistar inúmeras espécies de animais endêmicas do cerrado, que não existem em nenhum outro lugar do planeta...

Foto: Leandro Vitorino
O Arapaçú não gosta de outros pássaros rondando a sua árvore... Foto: Leandro Vitorino
O casal de Udu-de-coroa-azul me investiga ao longe... Foto: Leandro Vitorino.
O Periquito-rei procura troncos ocos para construir seu ninho. Foto: Leandro Vitorino.
O Soldadinho canta pra estabelecer seu território... Foto: Leandro Vitorino.
A Ariramba rastreia seus insetos preferidos... Foto: Leandro Vitorino.
O Pica-pau procura larvas de insetos nos paus... Foto: Leandro Vitorino.
   Várias árvores e arbustos do cerrado florescem e frutificam nessa época, colorindo e aromatizando o caminho de quem passa pelas matas.

Polpa exposta de um fruto de matas ciliares, que também é alimento para as pirapitingas. Foto: Leandro Vitorino.
Orquídea. Foto: Leandro Vitorino.
    A sambaíba, espécie endêmica do cerrado, é uma árvore que também recebe o codinome de Lixeira, pois sua folha é bastante áspera, semelhante a uma lixa. Sua folha é a preferida pelos gafanhotos tucurões, e a polpa de seu fruto é bastante apreciada pelas aves. 
  Segue um acervo fotográfico da diversidade de aves que apreciam o fruto da Lixeira (Sambaíba), imagens registradas de uma única árvore:

Macho de Saí-beija-flor. Foto: Leandro Vitorino. 
Bem-te-vi-de-chapéu. Foto: Leandro Vitorino.
Bem-te-vi-pequeno. Foto: Leandro Vitorino.
Bem-te-vi-rajado. Foto: Leandro Vitorino.
Fêmea de Sabiá-laranjeira. Foto: Leandro Vitorino.
Sanhaço-cinzento. Foto: Leandro Vitorino.
Saí-azul fêmea. Foto: Leandro Vitorino.
Saí-azul macho. Foto: Leandro Vitorino.
     Envolvidos com toda essa espiritualidade, mosqueiro nenhum jamais será o mesmo após vagar por este ecossistema, levando consigo uma das experiências mais cativantes de sua vida, tendo a oportunidade de aprimorar sua técnica e táticas mosqueiras como você jamais imaginou, pois a valente pirapitinga exigirá o seu máximo, literalmente.

Aurélio, apresentando nos rios de grotão. Foto: Leandro Vitorino.
Lindo cardume de pirapitingas. Foto: Leandro Vitorino.
Muitas vezes, o pirapitingueiro olha aquela água cristalina e não enxerga o peixe e pensa não haver...
Mas a pirapitinga está lá, camuflada no cascalho, encostada na sombra da pedra. Portanto, não faça tanta questão de enxergá-la, apresente a mosca no local promissor e pronto! Fotos: Leandro Vitorino.
Igor e seu troféu. Foto: Leandro Vitorino. 
Para encontrar bons pontos de pirapitingas é preciso caminhar bastante. Foto: Leandro Vitorino
Mosqueiro Igor, aproximando cautelosamente do ponto. Difícil é manter a concentração diante de tanta beleza. Foto: Leandro Vitorino.
Mosquear nos Canyons pirapitingueiros é mágico. Foto: Leandro Vitorino.

É muito importante o companheirismo na pesca da pirapitinga, revezando os pontos com o parceiro de pesca. Foto: Leandro Vitorino
Quando tudo parece calmo... a explosiva pirapitinga quebra o silêncio. Foto: Leandro Vitorino.
Pirapitingueiro domando seu peixe. Foto: Leandro Vitorino.
Mosqueiro Aurélio se divertindo e preservando. Foto: Leandro Vitorino.
Aurélio com mais uma. Foto: Leandro Vitorino.
Igor, apresentando rente ao drop de uma pedra submersa. Foto: Leandro Vitorino
Satisfação mosqueira no ar, literalmente. Foto: Leandro Vitorino
O sorriso diz tudo... Foto: Leandro Vitorino.
Lindona!! Foto: Leandro Vitorino
   Convidamos você, mosqueiro brasileiro, a desvendar os segredos desse território quase inexplorado do ponto de vista mosqueiro... e que leve na bagagem a responsabilidade de semear a consciência ambiental e a amizade por onde passar, assim como fazem os mosqueiros GO FLY...