segunda-feira, 4 de julho de 2011

O INVERNO CHEGOU EM GOIÁS, É HORA DAS NINFAS!
Texto e fotos: Leandro Vitorino

Hellgrammite- fotosub: Leandro Vitorino
Stonefly preta, atada por Rafael Pacheco

Rafa em ação
     A estação fria é marcada por poucos insetos terrestriais nas margens dos rios, ao mesmo tempo, a quantidade de ninfas nas pedras imersas são muitas. No cerrado, os terrestriais mais cobiçados pelas pirapitingas são aqueles com odores mais fortes, como as tanajuras, aleluias, grilos e gafanhotos, seguidos dos de odores mais suaves, como os tricópteros, etc...mas como as revoadas são sazonais (mais comuns no fim da primavera e inicio do verão)... e enquanto elas não chegam, viramos ninfeiros temporários de corpo e alma. Os EVAs e pêlos das nossas oficinas de atado cedem espaço para fios de chumbo... ainda bem que os odores não são os únicos atrativos para os peixes, principalmente quando se trata de um peixe com visão e sensibilidade vibracional aguçados, como a pirapitinga.  A aparência realista do inseto sendo lançada no local onde o peixe está condicionado a procurá-lo naquela época é uma das chaves da pesca com ninfas e outras moscas molhadas.  

Foto: Kensuke Matsumoto

Ninfas de odonata (donzelinha) -acima- e larvas tricópteros (caddisfly) - abaixo - são extremamente comuns no cerrado, fotos: Leandro Vitorino

A boa observação do ambiente, fez Rafael Pacheco obter boas capturas.

     Pela quase ausência de eclosões no inverno, os peixes insetívoros voltam sua alimentação basicamente as larvas e ninfas aquáticas. As larvas de Dobsonfly (Hellgrammite), de tricópteros, stones e mayflies são bem comuns nesta época.

Cardume de pirapitingas em águas rasas. Foto-sub: Leandro Vitorino

Foto: Olimpio Vitorino.

     Acabei criando um vínculo maior com o Pouca-família, mas os mosqueiros do GO FLY já testaram e aprovaram várias outras moscas lastreadas. As ninfas pretas, no inverno, assumem local de destaque.
     Nos pequenos rios, os canais estão mais secos e a água fica cada vez mais clara. Essa situação deixa as pirapitingas mais ariscas do que já são, associado a chegada das frentes frias e ao baixo metabolismo durante o inverno, sua captura se torna mais difícil, mas não menos emocionante. Nesta época, a pesca com mosca seca é possível, só não é tão produtiva, portanto também não devem faltar em nossa fly box, pois nada como um ataque na superfície, não é mesmo!?


Marimbondo Pouca-família pequeno (amarelo) num canion do rio. Foto: Leandro Vitorino.

Foto: Wiliam

Grande fêmea ovada em pleno inverno, prova de que também desovam na estação fria. Foto: Olimpio Vitorino

     Quando a pirapitinga sente a chegada do pescador ela se esconde. Nos locais de corredeiras rasas ela se posiciona na espuma da corredeira (cabeça), o que dificultaria a sua visualização. E é nesse local que as ninfas devem ser lançadas para obtermos mais ações, devendo tomar o cuidado de reduzirmos ao máximo o arrasto da linha para fazermos uma fisgada firme ao mínimo sinal da mordida do peixe. Como não estamos vendo a mosca e como ela não possui a consistência nem mesmo o sabor de um inseto verdadeiro, o peixe dificilmente ficará com a mosca na boca por um tempo maior do que dois segundos.  São poucos segundos que exigem uma grande concentração, é a hora que parece existir apenas peixe e mosqueiro, isolados de todo o resto do mundo.

     Apesar das ações reduzidas no inverno, o verdadeiro mosqueiro é aquele que não se deixa abater pelas dificuldades, transpondo obstáculos e superando seus próprios limites. Talvez seja essa uma das poucas verdades absolutas da pesca com mosca.

     Após a captura do nosso cobiçado troféu, todas as dificuldades são esquecidas, lavando a alma do mosqueiro.

Kensuke e uma bela pirapitinga fisgada com uma Bambú #4 e streamer Sushi (by Gregório)

Um comentário:

  1. Parabéns amigos pescadores de fly...como é bom ver a natureza de goiás e essa modalidade de pesca tao fascinante...excelente matéria..marcelo melo martins - jataí-go

    ResponderExcluir