terça-feira, 6 de março de 2012

Algumas pirapitingas antes da Enchente de São José

Pirapitingas antes da enchente de São José!



O platô do Planalto Central se estende por grande parte dos Estados do Centro-Oeste e cercanias. Traz nesta época do ano um calor intenso, em função de falta de chuvas, embora a chuva sempre venha de maneira intensa principalmente ao final do verão, por vezes, até uma enchente aqui outra acolá.


As últimas chuvas recebem o nome popular de enchentes de São José. Este evento meteorológico recebe o nome do Santo do dia 19 de março, caracterizando assim o fenômeno. Antigos agricultores tradicionais das redondezas, como o Sr. Antônio, comentam “fio, as chuvarada de São José pode até tardá, mas não faia”.


Sr. Antônio, experiente agricultor tradicional.

Este fenômeno não tem relação com eventos decorrentes das mudanças climáticas. As chuvas de São José são precedidas por um período de seca, chamado de veranico, ou seja, períodos sem chuvas com temperaturas elevadas.



Após o período de piracema, que as moscas da temporada passada ficaram paradas na caixa, e novas sendo produzidas, sempre carregadas de esperança e pensamentos do atador “essas estão boas....por que isso, porque aquilo... o corpo esta equilibrado, o anzol certo, etc... é essa...”, o veranico esta aí, completando quase dez dias sem chuvas.


Disparo ligações para os amigos, Leonardo Marrara "Leo" e Marcus Vinícius Barros “Max”. Não menos empolgados, combinamos “ver se as águas estavam claras”, propícias para receberem as novas moscas. Ledo engano. Vamos é iniciar a temporada de pesca no veranico mesmo.


Na primeira visão o “córgo” mostra-se claro, logo, os passos ficam mais rápidos e a ansiedade aumentada. Na pressa, com a montagem do equipo, um passador é esquecido. Economia de passadores? Quem nunca esqueceu um passador de lado! rsrsrs !!!




Logo nos primeiros passos, e com a calma restabelecida, Max, que estava sendo batizado no vadeio com as terrestriais, recebe uma visita, nada comedida no grilo, criado pelo meu grande amigo Leandro Vitorino. É uma enorme fêmea de pirapitinga, que não se entrega facilmente.
 
As pirapitingas geralmente não proporcionam momentos como estes, mas para nossa alegria, Leo Marrara, usando um conjunto micro-ligth de molinete faz um doublé com Max!




Mais alguns passos rio acima, deparo-me com um cardume grande e animador de juvenis, aparentemente das prematuras desovas da última piracema.


E com desejos e esperanças renovadas, aguardo ansioso, as chuvas de São José, e com ela uma enorme incorporação de matéria orgânica e nutrientes nas águas oligotróficas de nossos “córgos” centro planaltinos, auxiliando os juvenis a crescerem rápido e nos proporcionem dias como este. Saudações aos amigos Leo e Max, espero repetir a dose em breve.



Abraços,
Kelven Lopes




3 comentários:

  1. Show de bola!! Ainda vou conhecer esse lugar!!

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  2. Que mosca foi essa que você usou?
    Uma beleza de pescaria, amigão - parabéns!

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  3. Pesca com mosca no estilo! Vadeio no up stream com terrestriais! Bacana demais!
    Sentimos que o mosqueiro não é um pescador qualquer, o mosqueiro estuda, tem conhecimentos científicos, técnica, é espirituoso e tem consciência ecológica! Ele não vai ao rio como um pescador distraido, não vai como um turista ou como um monge só para meditar. Ele vai com alma de mosqueiro! Acredito que esse seja o nosso caminho!
    Parabéns amigos kelven, Max e Leo!
    Leandro

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